JOE BONAMASSA – Dust Bowl

Quem não gosta de um bom blues rock? Ainda mais quando feito por um excelente guitarrista e vocalista que bebeu bastante na fonte de ícones como Stevie Ray Vaughn, Jeff Beck, Eric Johnson e Gary Moore.

O recém-lançado Dust Bowl, comprova o talento deste norte-americano de 33 anos. Seu décimo segundo álbum mostra muito bom gosto em 12 faixas que além do blues rock ainda apresenta temas mais pesados, classic rock, algumas baladas e um flerte com a country music. Destaque para a produção caprichada do badalado Kevin Shirley (responsável por discos de Led Zeppelin, Aerosmith, The Black Crowes, dentre muitos outros).

O novo álbum traz as participações especiais do veterano cantor John Hiatt na faixa “Tennessee Plates” do próprio Hiatt; do cantor country Vince Gill em “Sweet Rowena”, música de autoria de Gill; e do baixista e vocalista Glenn Hughes ex-Deep Purple e ex-Black Sabbath, e atual companheiro do guitarrista na superbanda Black Country Communion (que recentemente lançou seu primeiro e ótimo cd) na releitura de “Heartbreaker”, escrita pelo vocalista do Bad Company, Paul Rodgers.

E “Heartbreaker” é um dos momentos altos de Dust Bowl. A versão ficou maravilhosa, e o dueto entre Bonamassa e Hughes é empolgante. Sou suspeito em falar do mestre Glenn Hughes, parece que tudo em que ele põe a mão, ou melhor a voz (e o baixo) dá certo, muito certo. Além disso, também merecem destaque a faixa título; “The Meaning of the Blues” que possui um solo de guitarra inspiradíssimo; “Black Lung Heartache” e “No Love on the Street” que mostram que Bonamassa além de mandar bem na guitarra ainda possui um belo vocal; e a bela versão da balada “Prisoner” (música que já foi gravada por Barbara Streisand) cujo refrão me fez ouvir a canção várias vezes seguidas, sem cansar.

Apesar de criticado por muitos por não ser um compositor original ou criativo (o que definitivamente eu não concordo), Joe Bonamassa é extremamente competente no que faz, não cansa de ganhar prêmios como melhor guitarrista dessa ou daquela revista especializada e lançar grandes álbuns como este Dust Bowl. Bonamassa é sim um dos grandes nomes do Blues Rock mundial da atualidade. Vale à pena dar uma conferida em seu novo trabalho e depois correr atrás de seus outros discos solo ou de sua nova banda, Black Country Communion.

AGENDA DE SHOWS

Ozzy Osbourne – 30 de março em Porto Alegre (Ginásio do Gigantinho), 02 de abril em São Paulo (Arena Anhembi), 05 de abril em Brasília (Ginásio de Esportes Nilson Nelson), 07 de abril no Rio de Janeiro (Citibank Hall) e 09 de abril em Belo Horizonte (Ginásio do Mineirinho). 

Deftones – 04 de abril em São Paulo (Credicard Hall)

Slash – 06 de abril no Rio de Janeiro (Vivo Rio), dia 07 em São Paulo (HSBC Brasil) e 8 de abril em Curitiba (Master Hall).

U2 – 09, 10 e 13 de abril (Estádio do Morumbi)

Motorhead  – 16 de abril em São Paulo (Via Funchal), 17 de abril em Curitiba (Master Hall), 20 de abril em Florianópolis (Floripa Music Hall) e 22 de abril em Brasília (Ginásio de Esportes Nilson Nelson).

Roxette – 12 de abril em Porto Alegre (Pepsi on Stage), 14 de abril em São Paulo (Credicard Hall), 16 de abril no Rio de Janeiro (Citibank Hall), dia 17 de abril em Belo Horizonte (Chevrolet Hall) e 19 de abril novamente em São Paulo (Credicard Hall).

John Fogerty (ex-vocalista do Creedence Clearwater Revival) – 06 de maio no Rio de Janeiro (Citibank Hall), 07 de maio em Jaguariúna/SP (Jaguariúna Rodeo Festival), 08 de maio em Belo Horizonte (Chovrolet Hall) e 10 e 11 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

Helloween e Stratovarius – 06 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

The Cult – 14 de maio em São Paulo (HSBC Brasil)

Motley Crue e Buckcherry – 17 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

Alice Cooper – 31 de maio em Porto Alegre (Pepsi On Stage), 02 de junho em São Paulo (Credicard Hall) e 03 de junho em Curitiba (Curitiba Master)  

Scott Stapp (vocalista da banda Creed) – 09 de junho em Belo Horizonte (Chevrolet Hall), 11 de junho no Rio de Janeiro (Citibank Hall), 12 de junho em São Paulo (Credicard Hall) e 15 de junho em Porto Alegre (Teatro Bourbon).

SHINEDOWN – The Sound of Madness

São raras as vezes que gostamos de um cd inteiro, exceto é claro quando se trata de uma coletânea. E mesmo assim sempre vai ter uma ou duas músicas que pulamos ou não prestamos tanto atenção. O cd perfeito é difícil de achar. O último que gostei de fio a pavio foi o “Ten” do Pearl Jam, que já escutei mais de mil vezes. Ok…exagerei um pouco, mas chegou perto disso.

Recentemente resolvi ouvir o novo disco de uma banda da Flórida chamada Shinedown. Conheci essa banda em uma cover de “Simple Man” do Lynyrd Skynyrd, banda de southern rock que sou muito fã. Gostei, e depois ouvi seu single de maior sucesso até então “45”. Grande núsica! Aí fui atrás da discografia da banda e comecei pelo mais recente cd, razão desta resenha, “The Sound of Madness”, de 2008. 

Na primeira audição me surpreendi e logo soltei um: “caramba, todas as músicas são boas”. Surpreendente, mas até que enfim havia encontrado um disco linear em que todas as faixas possuem qualidade e nos dão aquela vontade de ouvir novamente.

Formada por Brent Smith (vocal), Barry Kerch (bateria), Zach Myers (guitarra) e Eric Bass (baixo), a banda é rotulada por muitos como pós-grunge ou new rock. Sei lá o que é isso. Na verdade é um bom rock ‘n’ roll com boas letras e refrãos grudentos, guitarras pesadas, vocais melodiosos e algumas belas baladas.

O cd começa com “Devour”. Aquela típica faixa rápida e pesadona, perfeita para abrir um show.  Logo em seguida temos a faixa título, uma das minhas prediletas, que une peso e melodia na medida certa, com um refrão que gruda na cabeça. “Second Chance” é a primeira balada do disco e foi single número um em diversas paradas norte-americanas. Já teve seu clipe bastante veiculado na VH1 brasileira e até tocou no “sensacional” BBB. A música é boa e cairia bem nas rádios brasileiras se não existissem tantos jabás.

A faixa 4 “Cry for Help” retoma o lado energético da banda com outro “rockão” muito bem executado, com destaque para a bateria de Brian Kerch. Na sequência duas belas baladas, “The Crow & The Butterfly” que mescla algumas partes mais pesadas e outras lembrando as chamadas “power ballads” e “If You Only Knew” que foi escrita por Smith especialmente para a esposa e para o filho recém nascido. Depois de uma boa acalmada, “Sin With a Grin” volta a agitar com um refrão pesadão. “What a Shame” fala sobre o tio de Smith que morreu durante a gravação do disco. A carga de emoção está bastante presente na faixa que é outra semi-balada.  Uma das minhas prediletas.

“Cyanide Sweet Tooth Suicide” é outra faixa pesada que serve para equilibrar o álbum. Destaque para os bons solos de guitarra.  Penúltima faixa, “Breaking Inside” comprova o talento da banda em fazer boas baladas, outro grande destaque deste cd, e que em alguns aspectos lembra bastante a banda canadense Nickelback.  O cd termina com “Call Me”, outra calminha, com direito a piano, metais e um show do vocalista Brent Smith.

No final do ano passado foi lançada uma edição especial do álbum contendo algumas faixas bônus e um DVD com faixas ao vivo que comprovam que a banda é muito competente ao vivo.

“The Sound of Madness” é um ótimo álbum que vale à pena ser ouvido inteiro, sem preconceitos. Fica a dica!

WHITESNAKE – Forevermore

Nunca escondi de ninguém que meu estilo predileto dentro do rock ‘n’ roll é o Hard Rock. Não há como negar que é bem legal aquelas bandas formadas por caras que abusavam (uns ainda abusam) do laquê e que sempre vinham com uma ou outra balada, brega sim, porém sensacional. Dentre esses grupos um que sempre fiz questão de ir atrás dos cd´s é o Whitesnake, de David Coverdale.

A veterana banda britânica acabou de lançar seu mais recente álbum de estúdio, Forevermore, que em linhas gerais é bastante semelhante a seu anterior, Good to Be Bad. Ainda temos aquela veia Blues de antigamente (claro que menos acentuada do que era na década de 70 e 80) e as baladas potentes (entretanto, muito menos melosas do que as famosas “Is This Love?”, “Here I Go Again”, ou “The Deeper The Love”), porém o grande destaque do disco é o excelente trabalho dos guitarristas Doug Aldrich e Reb Beach que deixaram Forevermore bastante pesado e com excelentes solos. Dupla esta que em nada deve aos antigos guitarristas do grupo (leia-se John Sykes, Adrian Vandenberg e Steve Vai).

Também não podemos deixar de citar a competência habitual de Mr. Coverdale, que mesmo não atingindo os agudos de outrora, consegue dosar sua voz com perfeição, fazendo mais uma vez um grande trabalho tanto nas músicas mais pesadas quanto nas mais lentas. Sua atuação em “Whipping Boy Blues” é fantástica!

A cozinha renovada formada pelo experiente batera Brian Tichy e pelo baixista Michael Devin não compromete em nenhum momento, muito pelo contrário. Por falar em Tichy, esta foi uma excelente aquisição para o grupo, afinal, sempre foi eficiente e está acostumado a trabalhar com feras como Ozzy Osbourne, Zakk Wylde, Glenn Hughes e Slash, dentre outros.

Forevermore é um grande disco de rock ‘n’ roll, recheado de belos riffs e muito peso. “Steal Your Heart Away”, ‘Tell me How”, “Dogs in the Street” e “My Evil Ways” estão aí para comprovar. Além disso, o primeiro single “Love Will Set You Free” e “I Need You (Shine a Light)”, bem como a longa faixa título tem tudo para se tornarem figurinhas carimbadas no setlist da banda por um bom tempo.
Obviamente quem estiver atrás de outro 1987, ou Slide It In pode se frustrar, mas dificilmente deixará de gostar desse novo Cd.

Tudo bem, tudo bem, “Easir Said Than Done” e “Fare Thee Well” são boas baladas e “One of Those Days” possui uma sensacional levada acústica, mas acho que ficou faltando uma baladaça daquelas em que Coverdale não se incomoda em repetir diversos “baby, baby, baby” ou “love”pra lá e pra cá. Quem sabe no próximo…