PEARL JAM – LOLLAPALOOZA – 31/03/2013

Nunca escondi de ninguém minha predileção pela banda de Seattle, Pearl Jam. Já assisti a quatro shows da banda em São Paulo e pretendo continuar aumentando esse número em breve. Ao vivo, eles são sensacionais, e nenhuma banda no mundo consegue mudar tanto seus setlists e manter o nível sempre lá em cima. Como disse uma pessoa ao meu lado após o show: “eles nunca fazem um show ruim”. Pura verdade!

A mais recente apresentação e que encerrou o Festival Lollapalooza em pleno Domingo de Páscoa em São Paulo foi mais uma prova de que existem shows e existe o show do Pearl Jam. Fantástico mais uma vez! Com um setlist perfeito e atuações inspiradas de todos os músicos (mesmo levando em consideração que a banda se reuniu após longas férias exclusivamente para esta turnê sul-americana), o PJ mais uma vez deixou seus fãs extasiados.

Diferente dos outros shows a banda resolveu abrir a apresentação com uma música um pouco mais calma, “Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town”, mas logo já imprimiu energia com “Why Go” do clássico disco de estreia Ten, e “Corduroy”, faixa que senti falta no último show dos caras em SP. A pesada “Comatose”; a não tão nova, mas ainda inédita em gravações “Olé”; e a preferida de muitos “Do the Evolution” mantiverem o pique. “Wishlist” e “Got Some” permitiram aos 60 mil presentes darem uma acalmada para logo depois explodirem com outro clássico “Even Flow” com destaque para os solos inspirados do guitarrista Mike McCready.

Duas ótimas surpresas vieram na sequência: a linda “Nothingman” e “Insignificance”, talvez a melhor do disco Binaural. Outra indispensável “Daughter” e “World Wide Suicide” prepararam o terreno para a clássica “Jeremy” que foi cantada em plenos pulmões por todos. Depois da recente “Unthough Know”, uma sequência incrível com “State of Love and Trust”, “Rearviewmirror”, “Given to Fly”, “Betterman” e a sensacional balada “Black” (a predileta deste redator, e que mais uma vez emocionou quem estava vivo). Ainda havia tempo para homenagens e, como de costume, o vocalista Eddie Vedder aproveitou para falar sobre seu grande amigo Johnny Ramone dedicando “I Believe in Miracles” aos fãs da maior banda punk do planeta, Ramones.

Por falar em Vedder, o vocalista provou novamente ser um dos melhores “frotmen” do planeta. Além de cantar muito, Vedder esbanja simpatia e carisma e como de costume fez questão de se comunicar com os fãs durante todo o show, mesmo afirmando que seu português é uma “merda”.

Tudo que é bom dura pouco e já nos aproximávamos do final, e como tem se tornado um hábito, as três últimas músicas seguem uma sequência do tipo: clássico absoluto, cover e Yellow Ledbetter e foi isso o que aconteceu. A música mais famosa da banda “Alive” o cover do The Who “Baba O’ Riley” e “Yellow Ledbetter” fecharam a apresentação da banda no Brasil.

Outro show maravilhoso do Pearl Jam e que valeu cada centavo investido, cada pedacinho de lama no sapato e cada empurrão para pegar o lotado e mal organizado Metrô da Estação Butantã. Tomara que não demorem muito a voltar por aqui.

Quem perdeu este show aproveite, pois o canal Multishow apresentará o show na íntegra neste sábado (06/04) às 21h30. Viva Eddie Vedder & Cia!

CREED – Credicard Hall/SP – 25/11/2012

Crédito foto: Manuela Scarpa / Foto Rio News

Nunca escondi de ninguém meu apreço pela banda norte-americana Creed. Pós-grunge, Gospel, cópia do Pearl Jam (pois é, tem gente que diz isso)… Independentemente do rótulo a banda é muito legal e ao vivo é melhor ainda, conforme pude atestar no último domingo em São Paulo.

Utilizando como base para o show os dois primeiros álbuns de estúdio, My Own Prision com cinco músicas (“Torn”, “Unforgiven”, “My Own Prison”, “What’s This Life For?” e “One”) e Human Clay com oito (“Are You Ready?”, “Wrong Way”, “What if”, “Beautiful”, “Say I”, “Faceless Man”, “Higher” e “With Arms Wide Open”), o Creed mostrou ser bem poderoso ao vivo.

Scott Stapp é um ótimo front man. Sabe muito bem conduzir a plateia, mostra carisma e seu vocal é forte o suficiente para chamar a atenção. Além disso, Mark Tremonti é um tremendo guitarrista e exprime um peso extra às músicas ao vivo. A cozinha formada pelo baterista Scott Philips e pelo baixista Brian Marshall é bastante segura. Sem contar com o guitarrista de apoio Eric Friedmann, que além de dividir os solos em algumas músicas com Tremonti, é responsável pelas partes acústicas e backing vocals.

O repertório foi muito bem escolhido, especialmente para os fãs dos dois primeiros trabalhos, e a mescla entre baladas e canções mais pesadas foi bem feita. Praticamente todos os sucessos estiveram presentes. Mesmo assim, acho que ficou faltando uma ou outra música do último cd dos caras, Full Circle (só tocaram a bela balada “A Thousand Faces”) além de duas baladas que particularmente eu gosto muito “Inside Us All” e “Don’t Stop Dancing”.

Tudo bem que em um dado momento o lado gospel aparece um pouco mais acentuado graças a uma “pregação” ou outra, seja através de letras de evidente cunho cristão ou através de gestos ou discursos de Stapp, porém, no final das contas isso pouco importa. O que fica é o talento indiscutível da banda, seja para criar ótimas músicas (“My Sacrifice” fecha o show de forma sensacional), seja para fazer as quase duas horas de show passarem rapidinho, rapidinho. Prova essa contumaz de que o show foi bom demais!

Espero que a banda supere de uma vez por todas as brigas internas, os problemas de saúde de Stapp e a vontade de Tremonti em ter diversos projetos paralelos para assim gravar outros bons trabalhos e voltar ao Brasil para brindar os fãs com outras belas apresentações.

Setlist:

1 – Are You Ready?

2 – Torn

3 – Wrong Way

4 – What If

5 – Unforgiven

6 – My Own Prison

7 – A Thousand Faces

8 – Bullets

9 – Beautiful

10 – Say I

11 – Faceless Man

12 – What’s This Life For?

13 – One

14 – Higher

Bis:

15 – With Arms Wide Open

16 – One Last Breath

17 – My Sacrifice

 

THE FRAY – Radio City Music Hall (New York) – 12/04/2012

Sempre quis ter a oportunidade de assistir a um show fora do Brasil e, assim, comparar com o que ocorre por aqui. E neste mês de abril não só realizei esse objetivo como pude conhecer um dos locais mais míticos para a música mundial: O Radio City Music Hall, em Nova York.

E posso dizer que foi tudo perfeito. A organização é invejável. Pouca fila e tudo muito bem feitinho; e o local então, só elogios. O Radio City é luxuoso demais, todo acarpetado, com escadas gigantescas e com todos os assentos estofados. Os banheiros são chamados de lounges e existem bares muito bem equipados. A acústica é perfeita em todos os locais (pista e mezaninos), e o som não falha em nenhum momento do show, e sequer podemos perceber aquelas temidas e chatas variações de volume que tanto ocorrem por aqui. Ou seja, é o lugar perfeito para os amantes da música presenciarem um espetáculo completo.

Agora falemos um pouco sobre os shows em si. A abertura foi da cantora Jessie Baylin que fez um bom aquecimento. Com uma ótima banda e uma voz bastante agradável, a cantora mostrou talento em composições que misturam rock, pop e folk. Bem legal!

Após o show inicial, o Radio City ficou completamente lotado e logo a atração principal entrou no palco. E que ótimo show o The Fray proporcionou. Pop/rock ( ou como chamam os críticos americanos piano rock) muito competente e repleto de belas baladas e melodias caprichadas. A banda trouxe um setlist baseado no novo disco Scars & Stories, mas não deixou de executar os principais hits de seus outros dois álbuns.

Destaques para as novas “Heartbeat”, “The Fighter” (minha predileta), “Run for Your Life” e para as já conhecidas “Over My Head”(primeiro single da banda), “How to Save a Life”, “Look After You” (do cd de estreia How to Save a Life), “Syndicate”, “You Found Me” e “Never say Never” (do segundo álbum, The Fray).

O único ponto negativo é que a plateia vibra bem menos do que aqui. Ao ponto do vocalista e pianista Isaac Slade pedir algumas vezes durante o show para que os espectadores levantassem das poltronas (sim, existem poltronas também na pista o que até certo ponto contribui para a certa passividade dos presentes) e chegassem mais perto do palco. Além disso, Slade fez questão de andar por todo o local chegando até a subir para cumprimentar as pessoas no primeiro mezanino.

Resumindo, excelente show, de uma banda que tem tudo para estourar fora dos Estados Unidos, em um local consagrado que vale todo tipo de elogio e cuja fama é extremamente merecida. Inesquecível! Se você for para Nova York não perca a chance de assistir a um show no Radio City Music Hall. Eu recomendo!

Setlist:

Munich

Turn Me On

Here We Are

You Found Me

All At Once

The Wind

Happiness

Never Say Never

Be Still

Rainy Zurich

The Fighter

Run For Your Life

Syndicate

How To Save A Life

Over My Head (Cable Car)

Heartbeat

Look After You

Maps (Yeah Yeah Yeahs cover)

LYNYRD SKYNYRD – SWU (13/11/2011)

Assistir a um show do Lynyrd Skynyrd no Brasil era quase que uma utopia, um sonho impossível e inviável para nós fãs da banda, afinal, é notório que os caras evitam sair dos Estados Unidos. Porém, o festival SWU conseguiu a incrível e surpreendente proeza de trazer a lenda do southern rock para o Brasil e, assim, realizar o sonho de muita gente.

Antes de falar sobre o show é importante dizer que o Lynyrd Skynyrd não é uma banda de rock comum. Na verdade,  podemos dizer que ela é uma instituição do rock sulista norte-americano, e porque não do rock em geral. O respeito e o carinho que a banda tem é impressionante. E é por isso que mesmo após a perda de praticamente todos os integrantes, inclusive do líder, o vocalista e fundador Ronnie Van Zant, a banda continua viva, mantendo seu legado e ganhando cada vez mais fãs, dentro e fora de sua terra natal.

Tudo isso ficou evidente na segunda noite do SWU. Para minha surpresa, a quantidade de fãs com a camiseta da banda, chapéus e bandeiras dos confederados era enorme. Até pessoas com a cara pintada com a referida bandeira podiam ser encontradas. A espera foi enorme até o início do show, mas plenamente compensada e com gostinho de “quero mais”. A banda entrou no palco ao som de “Working for MCA” levando o público à loucura. Muito legal ver a cara de espanto  do vocalista Johnny Van Zant, que certamente não esperava a reação de um público tão apaixonado fora dos EUA. E por falar em Johnny, como canta o homem. Além disso, comanda a plateia com maestria, mostrando ser um excelente frontman. Onde quer que esteja, Ronnie deve estar extremamente orgulhoso do irmão mais novo.

Apesar de curto, o setlist apresentou vários clássicos como “I Ain’t the One”, “What’s Your Name”, “Down South Jukin’”, “That Smell”, “Gimme Three Steps” e “Call me the Breeze” (cover de JJ Cale imortalizado pelo Skynyrd), além da nova “Skynyrd Nation” que mostrou que a banda não vive só do passado e que ainda tem muita lenha para queimar. E a performance dos músicos foi muito boa. Destaque para o trio de guitarras comandadas por Gary Rossington, único membro original do grupo, e Rickey Medlocke, líder do Blackfoot, outra banda clássica do southern americano e que está de volta à banda, após breve passagem na década de setenta como baterista.

Mas, sem dúvida alguma,  os momentos mais emocionantes ficaram reservados para os três maiores hinos da banda: “Simple Man”, “Sweet Home Alabama” e “Free Bird”. A maravilhosa balada “Simple Man” veio no momento em que a chuva mais castigava e colocou todo mundo para cantar. Só não cantou quem estava chorando. E olha que muita gente se emocionou de verdade nesta hora, chegando a soluçar de tanto chorar. Confesso que o nó na garganta me fez parar de cantar em alguns trechos. A comoção foi ainda maior em “Sweet Home Alabama”, música mais famosa da banda, e que contou com um potente coral feito pelo público, o que certamente espantou os americanos. Impressionante o poder que essa música tem. Todo mundo conhece e gosta dela!

“Free Bird” veio no bis e encerrou o concerto de forma apoteótica. O que falar desta épica canção? Doze minutos de perfeição, misturando melodia, peso e muito feeling. Resumindo: uma verdadeira e arrepiante obra-prima! Claro que o público veio abaixo e Van Zant e Cia saíram ovacionados, após sua primeira experiência na América do Sul. Caminho mais do que aberto para que o grupo retorne ao Brasil mais vezes e com sucesso garantido.

Única crítica: bem que o setlist poderia ter sido um pouco maior e de preferência incluindo a fantástica balada “Tuesday’s Gone”. Mas, valeu muito à pena ficar dez horas em pé em baixo de chuva para ver de perto (bem perto mesmo!) uma de minhas bandas prediletas em um show histórico. Obrigado Lynyrd Skynyrd!!! Obrigado SWU!!! Sonho realizado!

Setlist:

1- “MCA”
2- “I ain’t the one”
3- “Skynyrd nation”
4- “What’s your name”
5- “Down south jukin'”
6- “That smell”
7- “Same old blues”
8- “I know a little”
9- “Simple man”
10- “T for Texas”
11- “Gimme three steps”
12- “Call me the breeze”
13- “Sweet home Alabama”
14- “Free bird”

Lynyrd Skynyrd – \”Sweet Home Alabama\” no SWU

PEARL JAM (Morumbi/SP) – 04/11/2011

68 mil pessoas, 29 músicas, duas horas e quinze minutos de catarse coletiva, simpatia, honestidade, talento e muito, muito rock ‘n’ roll. Acho que isso resume bem o que foi a segunda apresentação do Pearl Jam no Estádio do Morumbi, em São Paulo.

Diferentemente do que ocorreu em 2005, dessa vez não pude ir aos dois shows da minha banda favorita em São Paulo, uma pena. Mas fui plenamente recompensado por uma apresentação maravilhosa nesta sexta-feira. Tenho certeza absoluta que o Pearl Jam é a única banda no mundo que pode fazer dois shows seguidos com setlists muito diferentes sem comprometer ou causar grandes frustrações. De quinta para sexta-feira apenas doze (das 26) músicas foram tocadas novamente.

E a banda é demais mesmo. Eddie Vedder é um frontman perfeito, canta muito e tem carisma de sobra. Os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready (seus solos são demais!) fazem uma dupla sensacional e a cozinha formada pelo baixista Jeff Ament e pelo batera Matt Cameron garante o poderio rítmico da banda. E que belo show fizeram esses caras ontem. O PJ subiu ao palco às 21h17 ao som da paulada “Go”. Logo emendaram outra pedrada “Do the Evolution”. Resultado? Jogo ganho!

Os reis do grunge mesclaram com sabedoria baladas e rocks mais furiosos e ainda puderam apresentar músicas novas como “Olé” que estará no próximo disco da banda e canções mais intimistas como as belas “Setting Forth” da trilha sonora do filme Na Natureza Selvagem (álbum solo de Eddie Vedder) e “Inside Job”. As covers também não ficaram de fora. Casos da onipresente “Last Kiss” e de “Baba O’ Riley”, do The Who. Para os saudosistas, destaque especial para as seis canções do clássico disco de estreia, Ten: “Once”, “Why Go” e os hits “Even Flow”, “Jeremy”, “Alive” e “Black”. E por falar nesta última, que música é essa!!! A perfeição desta balada é algo inigualável. Emociona até pedra!

As mais recentes “Just Breathe” (lindíssima), “Amongst the Waves”, “Unthought Known”, “The Fixer” “Gonna See My Friend” e “Got Some” do ótimo último album de estúdio, Backspacer, funcionaram muito bem ao lado de clássicas como “Given to Fly”, “Not for You”, “State of Love and Trust”, “Spin the Black Circle”, “Betterman” e “Yellow Ledbetter” (que sempre finaliza bem os concertos da banda).

Mais uma vez foi maravilhoso assistir a um show do Pearl Jam. Melhor ainda, ao lado de meus melhores amigos. Espero que isso se repita muitas e muitas vezes e que não demore seis anos novamente para isso.

Uma observação: quem nunca foi a um show de Eddie Vedder e Cia. e que gosta de rock sem frescuras, ou apenas de uma boa música, por favor não perca outra oportunidade. Satisfação mais do que garantida e adrenalina de sobra horas e horas após o espetáculo! Até o próximo show…

Setlist:

Go

Do The Evolution

Severed Hand

Hail Hail

Got Some

Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town

Given To Fly

Gonna See My Friend

Wishlist

Amongst The Waves

Setting Forth

Not For You

Even Flow

Unthought Known

The Fixer

Once

Black

Just Breathe

Inside Job

State Of Love And Trust

Olé

Why Go

Jeremy

Last Kiss

Better Man

Spin The Black Circle

Alive

Baba O’Riley

Yellow Ledbetter

Minha galera no show do PJ

ROCK IN RIO – Parte 2

A segunda parte do Rock in Rio começou na quinta-feira com um show no mínimo emocionante. Remanescentes da Legião Urbana, Orquestra Sinfônica Brasileira e os convidados Dinho Ouro Preto, Pitty, Herbert Viana, Rogério Flausino e Toni Platão fizeram uma homenagem mais do que merecida ao saudoso Renato Russo com dez super clássicos do rock nacional. Maravilhoso. Em seguida, a cantora Janelle Monáe fez outra boa apresentação com muito soul e funk, com direito a covers de Prince e Jackson Five. O pop voltou à tona com a “forçada” Ke$ha, e fez a alegria de alguns fãs e como não sou um deles fiquei na expectativa da atração seguinte. Os britânicos do Jamiroquai mandaram bem como sempre. Eles são muito bons, mas senti falta de algumas músicas famosas da banda como “Space Cowboy” e “Virtual Insanity”. A lenda Stevie Wonder fechou a noite com um show repleto de clássicos e algumas surpresas como alguns pedaços de “Garota de Ipanema” cantada com a ajuda da filha e “Você Abusou”. Foi uma apresentação contagiante e quem assistiu in loco ou pela TV certamente ficou muito satisfeito.

A quinta noite do festival (na minha opinião a mais fraquinha) teve logo de cara três apresentações de artistas nacionais: Marcelo D2, Jota Quest e Ivete Sangalo. Confesso que dispensei as duas primeiras e vi algumas partes da rainha do axé. Ivete Sangalo é ótima naquilo que se propõe a fazer, possui carisma de sobra e preparou em setlist com sucessos e covers de Tim Maia (“Não Quero Dinheiro, Eu só Quero Amar”) e The Comodores, a onipresete “Easy”, além de “More than Words” do Extreme. O povo se divertiu bastante. Única atração com cara de rock, Lenny Kravitz, ficou parecendo um peixe fora d’água. Outro prejudicado pela “desorganização” do evento. Deveria ter tocado na noite anterior. Lenny fez um bom show, mas um tanto quanto frio. O público só demonstrou alguma reação nas músicas mais famosas. Uma pena. Atração mais esperada da noite, a colombiana Shakira colocou todo mundo para dançar com seus maiores hits. Além disso, chamou Ivete Sangalo para participar do bis com uma versão de País Tropical de Jorge Benjor.

A penúltima noite do festival começou com um ótimo show do Frejat. Muito bom ouvir músicas do Barão Vermelho, canções da carreira solo do antigo parceiro de Cazuza e algumas covers muito bem selecionadas, como “Ainda é Cedo” da Legião.  Com a platéia já bastante aquecida os mineiros do Skank mantiveram o clima “lá em cima” com a mesma aposta de mostrar as músicas mais famosas e puxar o público para cantar junto. Primeiros gringos da noite, os mexicanos do Maná foram bem, esbanjaram simpatia e boas melodias. O Maroon 5, banda que tive a oportunidade de assistir em 2008, sempre faz ótimos shows. Os caras são muito bons ao vivo e o público do Rock in Rio pode comprovar isso. Bela apresentação. Certamente surpreenderam muita gente. Donos da noite, os inglesess do Coldplay ousaram em tocar sete (!) músicas do disco novo, Mylo Xyloto, que nem saiu ainda, deixando de lado algumas músicas obrigatórias como “Trouble”, “Speed of Sound” e “The Hardest Part”, mas a banda entrou com o jogo ganho e foi ovacionada, especialmente em clássicos como “Viva La Vida” que ganhou altos coros, ‘Yellow”, “The Scientist”, dentre outras. Chris Martin provou ser um excelente frontman e o Coldplay agradou todo mundo (até minha mãe gostou!).

Última noite de Rock in Rio, infelizmente. Os brasileiros Detonautas e Pitty abriram os trabalhos e conseguiram animar os presentes, apesar de alguns problemas no som, especialmente no show da cantora baiana. Coincidência ou não as duas bandas homenagearam o Nirvana com trechos de “Smells Like Teen Spirit”. Legal saber que o povo brasileiro tem tido mais paciência e principalmente respeito com os artistas nacionais. Na sequência vieram os americanos do Evanescence, que assim como o Coldplay resolveram apresentar várias músicas do novo Cd que ainda não saiu (fato esse que não concordo muito, afinal é um festival e acaba sendo um risco grande para uma banda que não é a principal da noite). Amy Lee canta bem e é muito carismática, e a nova formação da banda parece bastante afiada. Foi bom, mas não empolgou. O povo vibrou mesmo com a bela versão de “My Immortal” e com a saideira “Bring me to Life”, grandes clássicos da banda. O System of a Down veio em seguida e quebrou tudo.  A banda é uma das melhores coisas que surgiram no rock/metal mundial nos últimos tempos. Criativos como ninguém eles cativaram e hipnotizaram a platéia do começo ao fim das 28 músicas e deixaram uma baita responsabilidade para Axl e Cia. O Guns (ou seria uma banda cover?) fechou o evento após uma verdadeira tempestade que caiu no RJ e sinceramente não empolgou, com pouca inspiração e desentrosamento entre a banda. Ela ainda diverte em clássicos como “Sweet Child O’ Mine” e “Paradise City”, mas Axl está evidentemente sem o pique de outrora e que me perdoem os fanáticos, mas o guitarrista Slash faz muita falta. O show acabou as cinco da manhã com público e Axl bem cansados.

Não foi o melhor final para o Rock in Rio, ficou mais naquela mística do Guns do passado. No geral foi um excelente evento com muita diversidade e shows que ficarão na memória de todos por muito tempo. Que venha o Rock in Rio 2013! Esperaremos ansiosamente!

Coldplay – \”Viva la Vida\” – Rock in Rio 2011

ROCK IN RIO – Parte 1

Sim, começou o grande evento da música no ano de 2011, o Rock in Rio. E digo evento da música porque a alcunha de rock já deixou de brilhar sozinha faz tempo, infelizmente. Na verdade nunca o festival foi 100% dedicado ao rock, afinal o primeiro em 1985 tinha no seu cast nomes como Ivan Lins e James Taylor, por exemplo. O segundo apresentava New Kids on the Block, Debbie Gibson e George Michael e o terceiro escancarava de vez com Sandy & Júnior, Britney Spears, Five e ‘N Sync.

O Rock in Rio deste ano não está sendo diferente, dando espaço para todos os estilos musicais. Logo no primeiro dia, o dia pop, tivemos até axé, com Claudia Leite, que tentou fazer jus ao nome do evento com uma cover de Dyer Maker do Led Zeppelin. A bela Katy Perry fez um show bem divertido e Rihanna para mim foi a grande decepção, fechando a primeira noite com pouco entusiasmo. Dias depois fiquei sabendo que ela teve que ser atendida às pressas antes do show por causa de sérios problemas na garganta. Dois foram os destaques da noite para mim. Primeiro, o show de abertura com Titãs e Paralamas do Sucesso. É sempre legar ver as bandas que marcaram sua adolescência. E depois a apresentação do sempre competente Elton John, que merecia ter fechado a noite. Não tem como não se emocionar com canções como Tiny Dancer e Skyline Pigeon, dentre muitas outras.

O segundo dia de festival teve altos e baixos. O show de Mike Patton do Fatih no More cantando músicas em italiano com a Orquestra de Heliópolis no palco secundário foi impagável. O cara é sensacional! No Palco Mundo (principal) tivemos um NXzero esforçado, mas claramente deslumbrado e assustado com a magnitude do espetáculo, um desconhecido, porém muito bom Stone Sour (banda do vocalista do Slipknot) que conseguiu cativar o público com um som pesado e muito bem feito, e um Capital Inicial que sabe como poucos entreter um público, com seus eternos clássicos. Penúltima banda da noite, o calmo Snow Patrol sofreu com a péssima capacidade dos organizadores do evento em termos de escalação. Gosto da banda, tem músicas lindas como Run, Chasing Cars e Open Yor Eyes, mas estavam no dia errado. Deveriam abrir para o Coldplay. O Red Hot Chili Peppers fechou a noite com a animação de sempre, a extrema competência do baixista Felea e privilegiando os clássicos da fase mais recente do grupo (senti falta de músicas antigas como Fight Like a Brave e Knock me Down) e ainda fizeram uma bela homenagem para o filho da atriz Cissa Guimarães que morreu meses atrás.

Para a alegria deste jornalista, a terceira noite foi a do metal, e foi sem dúvida a melhor. Pra começar outra pisada de bola. Deixar a lenda Sepultura no palco secundário e os desconhecidos paulistas do Glória no palco principal é uma tremenda sacanagem. Resultado: vaias incessantes para os novatos que tem no espetacular baterista Eloy Casagrande seu grande destaque. Por falar em Sepultura, a banda acompanhada dos franceses do Les Tambours Du Bronx fizeram um ótimo show. Antes deles o Korzus também foi muito bem e o Angra acompanhado da cantora finlandesa Tarja Turunen sofreu muito com o péssimo som, que o diga o vocalista Edu Falaschi que deu boas desafinadas.

Depois do Glória foi a vez dos desconhecidos norte-americanos do Coheed and Cambria mostrarem seu metal progressivo muito louco. Boa banda. Os caras mandaram bem, principalmente com a cover The Trooper do Iron Maiden, banda que sempre deve ser lembrada quando se fala em Rock in Rio. O clássico Motorhead sofreu com problemas de som, mas Lemmy e Cia. agitaram o público com hinos como Ace of Spades e Overkill, com participação especial do guitarrista Andreas Kisser do Sepultura. Os mascarados do Slipknot vieram em seguida e literalmente detonaram. Paulada atrás de paulada, muito jogo de cena, climas de filme de terror, boa música, domínio do público e performances mais do que energéticas dos músicos, com direito a stage diving e tudo mais. Um show na acepção da palavra, talvez o melhor até agora. Para fechar a noite, o Metallica mostrou por que é uma lenda do metal mundial. Que belo show! Clássicos atrás de clássicos. Os caras continuam excelentes ao vivo. James Hetfield é outro que sabe muito bem como interagir com os fãs. E já estava mais do que na hora do Metallica se apresentar no Rock in Rio original. Músicas como Creeping Death, One, Enter Sadman, Master of Puppets, Whiplash e Seek & Destroy fazem parte da enciclopédia básica de qualquer fã do rock pesado.

Esta foi a primeira parte do festival. Nesta semana ainda teremos a promessa de ótimos shows, afinal vem coisa boa por aí: Guns N’ Roses, System of a Down, Evanescence, Stevie Wonder, Coldplay, além de algumas “papagaiadas” dos organizadores. Mas isso faz parte, afinal festival de música é assim mesmo, deve agradar a gregos e troianos mesmo quando o nome do evento é Rock in Rio.

Momento mais insano do Slipknot no Rock in Rio

ROXETTE – Credicard Hall (19/04/2011)

Ontem (19/04) tive a oportunidade de conferir o último show da banda Roxette no Brasil. Estava bastante curioso para ver o retorno dos suecos aos palcos, afinal, a banda quase acabou após a vocalista Marie Fredriksson descobrir em 2002 que possuía um tumor no cérebro. Os médicos chegaram a dizer que Marie teria poucas chances de vida, mas para alegria geral ela se recuperou e retomou a parceria de sucesso com o vocalista e guitarrista Per Gessle.  

A banda nacional Ludov foi a encarregada de fazer o aquecimento para o show principal. E os paulistanos fizeram um belo papel, agradando o público presente, o que convenhamos é algo a comemorar, pois quase sempre a banda de abertura é hostilizada ou ignorada. Fugindo das mesmices de outras bandas nacionais, o Ludov mostrou muita qualidade e criatividade.  Sem dúvida, o grupo merecia mais destaque em nosso combalido cenário musical.

Agora falemos da atração principal. O Roxette fez certamente um grande show. A abertura com “Dressed for Success”, “Sleeping in My Car”, “The Big L.” e “Wish I Could Fly” empolgou o público presente. Depois de algumas músicas novas, a banda disparou três baladas na sequência “Perfect Day”, “Things Will Never Be The Same” e a clássica “It Must Have Been Love” cantada em uníssono pela platéia, emocionando a dupla. Vale citar que Per Gessle agita bastante durante todo o show, assim como os músicos convidados Christopher Lundqvist (guitarra) e Helena Josefsson (backing vocals e percussão). Marie é mais contida e apesar de continuar afinada não consegue mais atingir algumas notas de outrora, reflexo do grave problema de saúde por que passou. As vezes Marie, inclusive, parece fazer um esforço enorme para segurar algumas notas, mas isso não prejudica em nada o espetáculo.

Outra linda balada “Fading Like a Flower” e os hits “How Do You Do!”, “Dangerous” e “Joyride” fecharam a primeira parte do show.

No primeiro bis outra sequência matadora. A bela “Watercolours in the Rain” emocionou muita gente, o sucesso “Spending My Time” derrubou outros e o primeiro hit da banda “The Look” contagiou de vez os fãs.

No segundo bis, já com Marie vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol, a banda mostrou a nova “Way Out” e em seguida apresentou a música mais pedida e esperada da noite, “Listen To Your Heart”, que deixou muito marmanjo com lágrimas nos olhos. “Church of Your Heart” fechou a noite com chave de ouro.

Um belo show, que comprovou a superação de Marie Fredriksson, e reafirmou a dupla como um grande destaque do pop/rock mundial. E não há como negar as baladas do Roxette são muito boas!

 Setlist

1. Dressed for Success
2. Sleeping in My Car
3. The Big L.
4. Wish I Could Fly
5. Only When I Dream
6. She’s Got Nothing On (But the Radio)
7. Perfect Day
8. Things Will Never Be The Same
9. It Must Have Been Love
10. Opportunity Nox
11. 7Twenty7
12. Fading Like a Flower (Every Time You Leave)
13. Stars
14. How Do You Do! / Dangerous
15. Joyride
Encore 1:
16. Watercolours in the Rain
17. Spending My Time
18. The Look
Encore 2:
19. Way Out
20. Listen to Your Heart
21. Church of Your Heart

AGENDA DE SHOWS

Ozzy Osbourne – 30 de março em Porto Alegre (Ginásio do Gigantinho), 02 de abril em São Paulo (Arena Anhembi), 05 de abril em Brasília (Ginásio de Esportes Nilson Nelson), 07 de abril no Rio de Janeiro (Citibank Hall) e 09 de abril em Belo Horizonte (Ginásio do Mineirinho). 

Deftones – 04 de abril em São Paulo (Credicard Hall)

Slash – 06 de abril no Rio de Janeiro (Vivo Rio), dia 07 em São Paulo (HSBC Brasil) e 8 de abril em Curitiba (Master Hall).

U2 – 09, 10 e 13 de abril (Estádio do Morumbi)

Motorhead  – 16 de abril em São Paulo (Via Funchal), 17 de abril em Curitiba (Master Hall), 20 de abril em Florianópolis (Floripa Music Hall) e 22 de abril em Brasília (Ginásio de Esportes Nilson Nelson).

Roxette – 12 de abril em Porto Alegre (Pepsi on Stage), 14 de abril em São Paulo (Credicard Hall), 16 de abril no Rio de Janeiro (Citibank Hall), dia 17 de abril em Belo Horizonte (Chevrolet Hall) e 19 de abril novamente em São Paulo (Credicard Hall).

John Fogerty (ex-vocalista do Creedence Clearwater Revival) – 06 de maio no Rio de Janeiro (Citibank Hall), 07 de maio em Jaguariúna/SP (Jaguariúna Rodeo Festival), 08 de maio em Belo Horizonte (Chovrolet Hall) e 10 e 11 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

Helloween e Stratovarius – 06 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

The Cult – 14 de maio em São Paulo (HSBC Brasil)

Motley Crue e Buckcherry – 17 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

Alice Cooper – 31 de maio em Porto Alegre (Pepsi On Stage), 02 de junho em São Paulo (Credicard Hall) e 03 de junho em Curitiba (Curitiba Master)  

Scott Stapp (vocalista da banda Creed) – 09 de junho em Belo Horizonte (Chevrolet Hall), 11 de junho no Rio de Janeiro (Citibank Hall), 12 de junho em São Paulo (Credicard Hall) e 15 de junho em Porto Alegre (Teatro Bourbon).