LYNYRD SKYNYRD – SWU (13/11/2011)

Assistir a um show do Lynyrd Skynyrd no Brasil era quase que uma utopia, um sonho impossível e inviável para nós fãs da banda, afinal, é notório que os caras evitam sair dos Estados Unidos. Porém, o festival SWU conseguiu a incrível e surpreendente proeza de trazer a lenda do southern rock para o Brasil e, assim, realizar o sonho de muita gente.

Antes de falar sobre o show é importante dizer que o Lynyrd Skynyrd não é uma banda de rock comum. Na verdade,  podemos dizer que ela é uma instituição do rock sulista norte-americano, e porque não do rock em geral. O respeito e o carinho que a banda tem é impressionante. E é por isso que mesmo após a perda de praticamente todos os integrantes, inclusive do líder, o vocalista e fundador Ronnie Van Zant, a banda continua viva, mantendo seu legado e ganhando cada vez mais fãs, dentro e fora de sua terra natal.

Tudo isso ficou evidente na segunda noite do SWU. Para minha surpresa, a quantidade de fãs com a camiseta da banda, chapéus e bandeiras dos confederados era enorme. Até pessoas com a cara pintada com a referida bandeira podiam ser encontradas. A espera foi enorme até o início do show, mas plenamente compensada e com gostinho de “quero mais”. A banda entrou no palco ao som de “Working for MCA” levando o público à loucura. Muito legal ver a cara de espanto  do vocalista Johnny Van Zant, que certamente não esperava a reação de um público tão apaixonado fora dos EUA. E por falar em Johnny, como canta o homem. Além disso, comanda a plateia com maestria, mostrando ser um excelente frontman. Onde quer que esteja, Ronnie deve estar extremamente orgulhoso do irmão mais novo.

Apesar de curto, o setlist apresentou vários clássicos como “I Ain’t the One”, “What’s Your Name”, “Down South Jukin’”, “That Smell”, “Gimme Three Steps” e “Call me the Breeze” (cover de JJ Cale imortalizado pelo Skynyrd), além da nova “Skynyrd Nation” que mostrou que a banda não vive só do passado e que ainda tem muita lenha para queimar. E a performance dos músicos foi muito boa. Destaque para o trio de guitarras comandadas por Gary Rossington, único membro original do grupo, e Rickey Medlocke, líder do Blackfoot, outra banda clássica do southern americano e que está de volta à banda, após breve passagem na década de setenta como baterista.

Mas, sem dúvida alguma,  os momentos mais emocionantes ficaram reservados para os três maiores hinos da banda: “Simple Man”, “Sweet Home Alabama” e “Free Bird”. A maravilhosa balada “Simple Man” veio no momento em que a chuva mais castigava e colocou todo mundo para cantar. Só não cantou quem estava chorando. E olha que muita gente se emocionou de verdade nesta hora, chegando a soluçar de tanto chorar. Confesso que o nó na garganta me fez parar de cantar em alguns trechos. A comoção foi ainda maior em “Sweet Home Alabama”, música mais famosa da banda, e que contou com um potente coral feito pelo público, o que certamente espantou os americanos. Impressionante o poder que essa música tem. Todo mundo conhece e gosta dela!

“Free Bird” veio no bis e encerrou o concerto de forma apoteótica. O que falar desta épica canção? Doze minutos de perfeição, misturando melodia, peso e muito feeling. Resumindo: uma verdadeira e arrepiante obra-prima! Claro que o público veio abaixo e Van Zant e Cia saíram ovacionados, após sua primeira experiência na América do Sul. Caminho mais do que aberto para que o grupo retorne ao Brasil mais vezes e com sucesso garantido.

Única crítica: bem que o setlist poderia ter sido um pouco maior e de preferência incluindo a fantástica balada “Tuesday’s Gone”. Mas, valeu muito à pena ficar dez horas em pé em baixo de chuva para ver de perto (bem perto mesmo!) uma de minhas bandas prediletas em um show histórico. Obrigado Lynyrd Skynyrd!!! Obrigado SWU!!! Sonho realizado!

Setlist:

1- “MCA”
2- “I ain’t the one”
3- “Skynyrd nation”
4- “What’s your name”
5- “Down south jukin'”
6- “That smell”
7- “Same old blues”
8- “I know a little”
9- “Simple man”
10- “T for Texas”
11- “Gimme three steps”
12- “Call me the breeze”
13- “Sweet home Alabama”
14- “Free bird”

Lynyrd Skynyrd – \”Sweet Home Alabama\” no SWU

PEARL JAM (Morumbi/SP) – 04/11/2011

68 mil pessoas, 29 músicas, duas horas e quinze minutos de catarse coletiva, simpatia, honestidade, talento e muito, muito rock ‘n’ roll. Acho que isso resume bem o que foi a segunda apresentação do Pearl Jam no Estádio do Morumbi, em São Paulo.

Diferentemente do que ocorreu em 2005, dessa vez não pude ir aos dois shows da minha banda favorita em São Paulo, uma pena. Mas fui plenamente recompensado por uma apresentação maravilhosa nesta sexta-feira. Tenho certeza absoluta que o Pearl Jam é a única banda no mundo que pode fazer dois shows seguidos com setlists muito diferentes sem comprometer ou causar grandes frustrações. De quinta para sexta-feira apenas doze (das 26) músicas foram tocadas novamente.

E a banda é demais mesmo. Eddie Vedder é um frontman perfeito, canta muito e tem carisma de sobra. Os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready (seus solos são demais!) fazem uma dupla sensacional e a cozinha formada pelo baixista Jeff Ament e pelo batera Matt Cameron garante o poderio rítmico da banda. E que belo show fizeram esses caras ontem. O PJ subiu ao palco às 21h17 ao som da paulada “Go”. Logo emendaram outra pedrada “Do the Evolution”. Resultado? Jogo ganho!

Os reis do grunge mesclaram com sabedoria baladas e rocks mais furiosos e ainda puderam apresentar músicas novas como “Olé” que estará no próximo disco da banda e canções mais intimistas como as belas “Setting Forth” da trilha sonora do filme Na Natureza Selvagem (álbum solo de Eddie Vedder) e “Inside Job”. As covers também não ficaram de fora. Casos da onipresente “Last Kiss” e de “Baba O’ Riley”, do The Who. Para os saudosistas, destaque especial para as seis canções do clássico disco de estreia, Ten: “Once”, “Why Go” e os hits “Even Flow”, “Jeremy”, “Alive” e “Black”. E por falar nesta última, que música é essa!!! A perfeição desta balada é algo inigualável. Emociona até pedra!

As mais recentes “Just Breathe” (lindíssima), “Amongst the Waves”, “Unthought Known”, “The Fixer” “Gonna See My Friend” e “Got Some” do ótimo último album de estúdio, Backspacer, funcionaram muito bem ao lado de clássicas como “Given to Fly”, “Not for You”, “State of Love and Trust”, “Spin the Black Circle”, “Betterman” e “Yellow Ledbetter” (que sempre finaliza bem os concertos da banda).

Mais uma vez foi maravilhoso assistir a um show do Pearl Jam. Melhor ainda, ao lado de meus melhores amigos. Espero que isso se repita muitas e muitas vezes e que não demore seis anos novamente para isso.

Uma observação: quem nunca foi a um show de Eddie Vedder e Cia. e que gosta de rock sem frescuras, ou apenas de uma boa música, por favor não perca outra oportunidade. Satisfação mais do que garantida e adrenalina de sobra horas e horas após o espetáculo! Até o próximo show…

Setlist:

Go

Do The Evolution

Severed Hand

Hail Hail

Got Some

Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town

Given To Fly

Gonna See My Friend

Wishlist

Amongst The Waves

Setting Forth

Not For You

Even Flow

Unthought Known

The Fixer

Once

Black

Just Breathe

Inside Job

State Of Love And Trust

Olé

Why Go

Jeremy

Last Kiss

Better Man

Spin The Black Circle

Alive

Baba O’Riley

Yellow Ledbetter

Minha galera no show do PJ