ROXETTE – Credicard Hall (19/04/2011)

Ontem (19/04) tive a oportunidade de conferir o último show da banda Roxette no Brasil. Estava bastante curioso para ver o retorno dos suecos aos palcos, afinal, a banda quase acabou após a vocalista Marie Fredriksson descobrir em 2002 que possuía um tumor no cérebro. Os médicos chegaram a dizer que Marie teria poucas chances de vida, mas para alegria geral ela se recuperou e retomou a parceria de sucesso com o vocalista e guitarrista Per Gessle.  

A banda nacional Ludov foi a encarregada de fazer o aquecimento para o show principal. E os paulistanos fizeram um belo papel, agradando o público presente, o que convenhamos é algo a comemorar, pois quase sempre a banda de abertura é hostilizada ou ignorada. Fugindo das mesmices de outras bandas nacionais, o Ludov mostrou muita qualidade e criatividade.  Sem dúvida, o grupo merecia mais destaque em nosso combalido cenário musical.

Agora falemos da atração principal. O Roxette fez certamente um grande show. A abertura com “Dressed for Success”, “Sleeping in My Car”, “The Big L.” e “Wish I Could Fly” empolgou o público presente. Depois de algumas músicas novas, a banda disparou três baladas na sequência “Perfect Day”, “Things Will Never Be The Same” e a clássica “It Must Have Been Love” cantada em uníssono pela platéia, emocionando a dupla. Vale citar que Per Gessle agita bastante durante todo o show, assim como os músicos convidados Christopher Lundqvist (guitarra) e Helena Josefsson (backing vocals e percussão). Marie é mais contida e apesar de continuar afinada não consegue mais atingir algumas notas de outrora, reflexo do grave problema de saúde por que passou. As vezes Marie, inclusive, parece fazer um esforço enorme para segurar algumas notas, mas isso não prejudica em nada o espetáculo.

Outra linda balada “Fading Like a Flower” e os hits “How Do You Do!”, “Dangerous” e “Joyride” fecharam a primeira parte do show.

No primeiro bis outra sequência matadora. A bela “Watercolours in the Rain” emocionou muita gente, o sucesso “Spending My Time” derrubou outros e o primeiro hit da banda “The Look” contagiou de vez os fãs.

No segundo bis, já com Marie vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol, a banda mostrou a nova “Way Out” e em seguida apresentou a música mais pedida e esperada da noite, “Listen To Your Heart”, que deixou muito marmanjo com lágrimas nos olhos. “Church of Your Heart” fechou a noite com chave de ouro.

Um belo show, que comprovou a superação de Marie Fredriksson, e reafirmou a dupla como um grande destaque do pop/rock mundial. E não há como negar as baladas do Roxette são muito boas!

 Setlist

1. Dressed for Success
2. Sleeping in My Car
3. The Big L.
4. Wish I Could Fly
5. Only When I Dream
6. She’s Got Nothing On (But the Radio)
7. Perfect Day
8. Things Will Never Be The Same
9. It Must Have Been Love
10. Opportunity Nox
11. 7Twenty7
12. Fading Like a Flower (Every Time You Leave)
13. Stars
14. How Do You Do! / Dangerous
15. Joyride
Encore 1:
16. Watercolours in the Rain
17. Spending My Time
18. The Look
Encore 2:
19. Way Out
20. Listen to Your Heart
21. Church of Your Heart

PEARL JAM – Live on Ten Legs

Fazer uma resenha de sua banda predileta é muito difícil, especialmente quando se trata de um disco ao vivo comemorativo que deveria trazer todas aquelas músicas que você fez questão de decorar letra e melodia. Bom, mesmo assim vamos tentar…

Live on Ten Legs comemora os vinte anos do lançamento do sensacional debut da banda, “Ten”, o disco que mais ouvi na vida. E para celebrar essa grande estréia, o Pearl Jam lançou mais um álbum ao vivo (sim a banda deve ter uns duzentos) tentando retratar toda sua prolífica carreira.

E não há come negar, a banda de Seattle é impressionante ao vivo. Os guitarristas Mike McCready e Stone Gossard dão show, Jeff Ament (baixo), Matt Cameron (bateria) e Boom Gaspar (teclados) são extremamente competentes, mas é o vocalista Eddie Vedder quem se rouba a cena. E não tem como ser diferente, carismático e afinado, o ex-surfista é a alma da banda e um baita vocalista.

Em Live on Tem Legs a banda tentou montar um set list equilibrado, com todas as fases da carreira, dando suporte especial ao cd mais recente, Backspacer, que possui quatro faixas neste álbum: o single “The Fixer”, a ótima “Just Breathe” (ficou linda ao vivo), “Got Some” e “Unthought Known”.

E imagino como deve ser difícil para a banda criar um setlist, afinal são muitas músicas indispensáveis, e claro que algumas das prediletas de um ou outro acabam de fora. E neste cd não é diferente. Confesso que fiquei frustrado em não encontrar “Black” (minha favorita) e “Even Flow” do saudoso Ten, alem de outras como “Betterman”, “Daughter”, “Crazy Mary”, dentre outras.

Mas mesmo assim, essa compilação de faixas gravadas em diversos lugares do mundo entre 2003 e 2010 é sensacional. “Animal”, “World Wide Suicide”, “Rearviewmirror” e “Spin the Black Circle” garantem a agitação. As indefectíveis e necessárias “Jeremy”, “Alive”, “Porch”, “State of Love and Trust” e Yellow Ledbetter” (sempre utilizada pela banda para fechar os shows) estão lá competentes como sempre, bem como as brilhantes  “I Am Mine” e “Nothing as it Seems”. E claro que não faltam os momentos “isqueiro para o alto” com as baladas “In Hiding” e a já citada “Just Breathe” . Além disso, o PJ ainda tem tempo de homenagear algumas de suas influências com covers de Joe Strummer (ex-vocal do The Clash) com “Arms Aloft” , e “Public Image” da banda britânica PiL, do vocalista John Lydon, do Sex Pistols.

Live on Ten Legs não é um Best of como muitos afirmaram que seria, mas é um ótimo e honesto cd, de uma das bandas que melhor sabem fazer um show ao vivo, afinal quem não lembra dos épicos show realizados no Brasil no final 2005?

Ah… e para terminar, diz a lenda que a banda já tem algumas datas em Novembro deste ano reservadas para um retorno ao Brasil. Vá guardando dinheiro e nos vemos nos shows!
Set list:
1. Arms Aloft
2. World Wide Suicide
3. Animal
4. Got Some
5. State of Love And Trust
6. I Am Mine
7. Unthought Known
8. Rearview Mirror
9. The Fixer
10. Nothing As It Seems
11. In Hiding
12. Just Breathe
13. Jeremy
14. Public Image
15. Spin the Black Circle
16. Porch
17. Alive
18. Yellow Ledbetter

Pearl Jam performing Just Breathe.

SAVATAGE – Handful of Rain

Uma das bandas mais subestimadas do Metal mundial, o Savatage sempre primou pela qualidade de seus álbuns, seja através de rock óperas, discos conceituais ou obras repletas de sentimento como Handful of Rain, objeto desta resenha.

O Savatage havia acabado de lançar um de seus discos de maior sucesso, Edge of Thorns, quando acabou passando por uma tragédia, a morte de Criss Oliva, guitarrista e um dos fundadores da banda, em outubro de 1993. Os integrantes da banda ainda em choque decidiram fazer um novo álbum como homenagem a Criss e para tal chamaram o virtuoso guitarrista Alex Skolnick (da banda Testament) para ajudá-los na empreitada. O resultado foi um álbum fantástico, talvez o melhor de sua discografia, repleto de momentos inesquecíveis e de um trabalho sensacional realizado pelo mentor da banda, o ex-vocalista Jon Oliva e do produtor e compositor Paul O’Neil.

Handful of Rain começa com “Taunting Cobras”, aquela típica faixa arrasa-quarteirão que empolga pelo peso e pela energia e que serve muito bem para iniciar um show enlouquecendo a galera. A faixa título mistura momentos mais cadenciados com outros mais rápidos, em uma mescla que só o Savatage consegue fazer de forma impecável.

A terceira e melhor faixa do cd, “Chance” é um verdadeiro hino. É aquela música que impressiona, não tem como não gostar, tudo beira a perfeição. Nesta “obra de arte” os americanos se utilizam pela primeira vez de um recurso que poucos conseguiram ousar imitar, a contraposição de vozes. No final da música nada mais, nada menos que seis vozes contrapostas fazem um coro empolgante.

Com a difícil missão de suceder “Chance”, “Stare in to the Sun” aposta também na mistura de momentos cadenciados e lentos com outros mais pesados, sempre de forma bem elaborada. “Castles Burning” é outra grande faixa que mostra a versatilidade do vocalista Zachary Stevens que “brinca” com sua voz alternando alguns agudos, e momentos melodiosos, sempre com muita competência e afinação. Destaque também para o belo solo de Skolnick.

Sexta faixa do cd, a instrumental “Visions”, composta pelo falecido guitarrista, mostra a capacidade acima da média dos músicos. Se o Cirque Du Soleil resolvesse fazer uma espetáculo rock ‘n’ roll certamente eles pediriam para usar “Visions”. “Watching you Fall” é uma semi-balada que possui um refrão sensacional e uma combinação de solos de piano e guitarra feita na dose certa.

 “Nothing’s Going On’ despeja peso e velocidade e “Symmetry” apesar de ser uma balada não despreza guitarras pesadas e alguns vocais mais rápidos. Por falar em balada, “Alone You Breathe” feita em homenagem a Criss Oliva, fecha o álbum com chave de ouro, trazendo toda a emoção e inspiração guardadas pela banda. Essa música é linda e leva fácil qualquer fã de Savatage às lágrimas. Fato!

 Resumindo, Handful of Rain é um cd sensacional, que deveria ser obrigatório a qualquer amante de metal ou de boa música. Procure e compre! Imperdível e inesquecível!  

Savatage – Chance

JOE BONAMASSA – Dust Bowl

Quem não gosta de um bom blues rock? Ainda mais quando feito por um excelente guitarrista e vocalista que bebeu bastante na fonte de ícones como Stevie Ray Vaughn, Jeff Beck, Eric Johnson e Gary Moore.

O recém-lançado Dust Bowl, comprova o talento deste norte-americano de 33 anos. Seu décimo segundo álbum mostra muito bom gosto em 12 faixas que além do blues rock ainda apresenta temas mais pesados, classic rock, algumas baladas e um flerte com a country music. Destaque para a produção caprichada do badalado Kevin Shirley (responsável por discos de Led Zeppelin, Aerosmith, The Black Crowes, dentre muitos outros).

O novo álbum traz as participações especiais do veterano cantor John Hiatt na faixa “Tennessee Plates” do próprio Hiatt; do cantor country Vince Gill em “Sweet Rowena”, música de autoria de Gill; e do baixista e vocalista Glenn Hughes ex-Deep Purple e ex-Black Sabbath, e atual companheiro do guitarrista na superbanda Black Country Communion (que recentemente lançou seu primeiro e ótimo cd) na releitura de “Heartbreaker”, escrita pelo vocalista do Bad Company, Paul Rodgers.

E “Heartbreaker” é um dos momentos altos de Dust Bowl. A versão ficou maravilhosa, e o dueto entre Bonamassa e Hughes é empolgante. Sou suspeito em falar do mestre Glenn Hughes, parece que tudo em que ele põe a mão, ou melhor a voz (e o baixo) dá certo, muito certo. Além disso, também merecem destaque a faixa título; “The Meaning of the Blues” que possui um solo de guitarra inspiradíssimo; “Black Lung Heartache” e “No Love on the Street” que mostram que Bonamassa além de mandar bem na guitarra ainda possui um belo vocal; e a bela versão da balada “Prisoner” (música que já foi gravada por Barbara Streisand) cujo refrão me fez ouvir a canção várias vezes seguidas, sem cansar.

Apesar de criticado por muitos por não ser um compositor original ou criativo (o que definitivamente eu não concordo), Joe Bonamassa é extremamente competente no que faz, não cansa de ganhar prêmios como melhor guitarrista dessa ou daquela revista especializada e lançar grandes álbuns como este Dust Bowl. Bonamassa é sim um dos grandes nomes do Blues Rock mundial da atualidade. Vale à pena dar uma conferida em seu novo trabalho e depois correr atrás de seus outros discos solo ou de sua nova banda, Black Country Communion.

AGENDA DE SHOWS

Ozzy Osbourne – 30 de março em Porto Alegre (Ginásio do Gigantinho), 02 de abril em São Paulo (Arena Anhembi), 05 de abril em Brasília (Ginásio de Esportes Nilson Nelson), 07 de abril no Rio de Janeiro (Citibank Hall) e 09 de abril em Belo Horizonte (Ginásio do Mineirinho). 

Deftones – 04 de abril em São Paulo (Credicard Hall)

Slash – 06 de abril no Rio de Janeiro (Vivo Rio), dia 07 em São Paulo (HSBC Brasil) e 8 de abril em Curitiba (Master Hall).

U2 – 09, 10 e 13 de abril (Estádio do Morumbi)

Motorhead  – 16 de abril em São Paulo (Via Funchal), 17 de abril em Curitiba (Master Hall), 20 de abril em Florianópolis (Floripa Music Hall) e 22 de abril em Brasília (Ginásio de Esportes Nilson Nelson).

Roxette – 12 de abril em Porto Alegre (Pepsi on Stage), 14 de abril em São Paulo (Credicard Hall), 16 de abril no Rio de Janeiro (Citibank Hall), dia 17 de abril em Belo Horizonte (Chevrolet Hall) e 19 de abril novamente em São Paulo (Credicard Hall).

John Fogerty (ex-vocalista do Creedence Clearwater Revival) – 06 de maio no Rio de Janeiro (Citibank Hall), 07 de maio em Jaguariúna/SP (Jaguariúna Rodeo Festival), 08 de maio em Belo Horizonte (Chovrolet Hall) e 10 e 11 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

Helloween e Stratovarius – 06 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

The Cult – 14 de maio em São Paulo (HSBC Brasil)

Motley Crue e Buckcherry – 17 de maio em São Paulo (Credicard Hall)

Alice Cooper – 31 de maio em Porto Alegre (Pepsi On Stage), 02 de junho em São Paulo (Credicard Hall) e 03 de junho em Curitiba (Curitiba Master)  

Scott Stapp (vocalista da banda Creed) – 09 de junho em Belo Horizonte (Chevrolet Hall), 11 de junho no Rio de Janeiro (Citibank Hall), 12 de junho em São Paulo (Credicard Hall) e 15 de junho em Porto Alegre (Teatro Bourbon).

SHINEDOWN – The Sound of Madness

São raras as vezes que gostamos de um cd inteiro, exceto é claro quando se trata de uma coletânea. E mesmo assim sempre vai ter uma ou duas músicas que pulamos ou não prestamos tanto atenção. O cd perfeito é difícil de achar. O último que gostei de fio a pavio foi o “Ten” do Pearl Jam, que já escutei mais de mil vezes. Ok…exagerei um pouco, mas chegou perto disso.

Recentemente resolvi ouvir o novo disco de uma banda da Flórida chamada Shinedown. Conheci essa banda em uma cover de “Simple Man” do Lynyrd Skynyrd, banda de southern rock que sou muito fã. Gostei, e depois ouvi seu single de maior sucesso até então “45”. Grande núsica! Aí fui atrás da discografia da banda e comecei pelo mais recente cd, razão desta resenha, “The Sound of Madness”, de 2008. 

Na primeira audição me surpreendi e logo soltei um: “caramba, todas as músicas são boas”. Surpreendente, mas até que enfim havia encontrado um disco linear em que todas as faixas possuem qualidade e nos dão aquela vontade de ouvir novamente.

Formada por Brent Smith (vocal), Barry Kerch (bateria), Zach Myers (guitarra) e Eric Bass (baixo), a banda é rotulada por muitos como pós-grunge ou new rock. Sei lá o que é isso. Na verdade é um bom rock ‘n’ roll com boas letras e refrãos grudentos, guitarras pesadas, vocais melodiosos e algumas belas baladas.

O cd começa com “Devour”. Aquela típica faixa rápida e pesadona, perfeita para abrir um show.  Logo em seguida temos a faixa título, uma das minhas prediletas, que une peso e melodia na medida certa, com um refrão que gruda na cabeça. “Second Chance” é a primeira balada do disco e foi single número um em diversas paradas norte-americanas. Já teve seu clipe bastante veiculado na VH1 brasileira e até tocou no “sensacional” BBB. A música é boa e cairia bem nas rádios brasileiras se não existissem tantos jabás.

A faixa 4 “Cry for Help” retoma o lado energético da banda com outro “rockão” muito bem executado, com destaque para a bateria de Brian Kerch. Na sequência duas belas baladas, “The Crow & The Butterfly” que mescla algumas partes mais pesadas e outras lembrando as chamadas “power ballads” e “If You Only Knew” que foi escrita por Smith especialmente para a esposa e para o filho recém nascido. Depois de uma boa acalmada, “Sin With a Grin” volta a agitar com um refrão pesadão. “What a Shame” fala sobre o tio de Smith que morreu durante a gravação do disco. A carga de emoção está bastante presente na faixa que é outra semi-balada.  Uma das minhas prediletas.

“Cyanide Sweet Tooth Suicide” é outra faixa pesada que serve para equilibrar o álbum. Destaque para os bons solos de guitarra.  Penúltima faixa, “Breaking Inside” comprova o talento da banda em fazer boas baladas, outro grande destaque deste cd, e que em alguns aspectos lembra bastante a banda canadense Nickelback.  O cd termina com “Call Me”, outra calminha, com direito a piano, metais e um show do vocalista Brent Smith.

No final do ano passado foi lançada uma edição especial do álbum contendo algumas faixas bônus e um DVD com faixas ao vivo que comprovam que a banda é muito competente ao vivo.

“The Sound of Madness” é um ótimo álbum que vale à pena ser ouvido inteiro, sem preconceitos. Fica a dica!

WHITESNAKE – Forevermore

Nunca escondi de ninguém que meu estilo predileto dentro do rock ‘n’ roll é o Hard Rock. Não há como negar que é bem legal aquelas bandas formadas por caras que abusavam (uns ainda abusam) do laquê e que sempre vinham com uma ou outra balada, brega sim, porém sensacional. Dentre esses grupos um que sempre fiz questão de ir atrás dos cd´s é o Whitesnake, de David Coverdale.

A veterana banda britânica acabou de lançar seu mais recente álbum de estúdio, Forevermore, que em linhas gerais é bastante semelhante a seu anterior, Good to Be Bad. Ainda temos aquela veia Blues de antigamente (claro que menos acentuada do que era na década de 70 e 80) e as baladas potentes (entretanto, muito menos melosas do que as famosas “Is This Love?”, “Here I Go Again”, ou “The Deeper The Love”), porém o grande destaque do disco é o excelente trabalho dos guitarristas Doug Aldrich e Reb Beach que deixaram Forevermore bastante pesado e com excelentes solos. Dupla esta que em nada deve aos antigos guitarristas do grupo (leia-se John Sykes, Adrian Vandenberg e Steve Vai).

Também não podemos deixar de citar a competência habitual de Mr. Coverdale, que mesmo não atingindo os agudos de outrora, consegue dosar sua voz com perfeição, fazendo mais uma vez um grande trabalho tanto nas músicas mais pesadas quanto nas mais lentas. Sua atuação em “Whipping Boy Blues” é fantástica!

A cozinha renovada formada pelo experiente batera Brian Tichy e pelo baixista Michael Devin não compromete em nenhum momento, muito pelo contrário. Por falar em Tichy, esta foi uma excelente aquisição para o grupo, afinal, sempre foi eficiente e está acostumado a trabalhar com feras como Ozzy Osbourne, Zakk Wylde, Glenn Hughes e Slash, dentre outros.

Forevermore é um grande disco de rock ‘n’ roll, recheado de belos riffs e muito peso. “Steal Your Heart Away”, ‘Tell me How”, “Dogs in the Street” e “My Evil Ways” estão aí para comprovar. Além disso, o primeiro single “Love Will Set You Free” e “I Need You (Shine a Light)”, bem como a longa faixa título tem tudo para se tornarem figurinhas carimbadas no setlist da banda por um bom tempo.
Obviamente quem estiver atrás de outro 1987, ou Slide It In pode se frustrar, mas dificilmente deixará de gostar desse novo Cd.

Tudo bem, tudo bem, “Easir Said Than Done” e “Fare Thee Well” são boas baladas e “One of Those Days” possui uma sensacional levada acústica, mas acho que ficou faltando uma baladaça daquelas em que Coverdale não se incomoda em repetir diversos “baby, baby, baby” ou “love”pra lá e pra cá. Quem sabe no próximo…