Recentemente chegaram às lojas brasileiras os novos cd’s de verdadeiras lendas do rock mundial. Estamos falando de Black Sabbath, Deep Purple, Bon Jovi e Megadeth.
Destes lançamentos, o mais esperado foi, sem dúvida alguma, “13”, que marca o retorno de um dos criadores do Heavy Metal, o Black Sabbath. Reunidos com o vocalista Ozzy Osbourne, 34 anos após o último disco de inéditas com a formação original, Tony Iommi e Geezer Butler conseguiram não só resgatar o passado glorioso da banda como provar que os “velhinhos” ainda tem muita lenha para queimar.
Definitivamente, “13” é um ótimo álbum (apesar de inferior aos clássicos da banda). Os riffs magistrais de Iommi estão intactos, assim como as precisas linhas de baixo de Geezer, e Ozzy…bom Ozzy é Ozzy! Infelizmente, o baterista original Bill Ward não faz parte dessa reunião, mas é bem substituído pelo competente Brad Wilk (Rage Against the Machine). Todas as onze faixas (três delas presentes apenas na versão deluxe) são muito legais, com destaque para “God is Dead?”, “Loner”, “Zeitgeist” e “Damaged Soul”. Retorno mais do que digno!
Outro dinossauro que mandou bem foi o Deep Purple. Seu novo álbum “What Now?!” é de um bom gosto ímpar. Está longe de clássicos como “Machine Head” ou “Perfect Strangers” e o som está até um pouco diferente, flertando mais com o rock progressivo, porém, talvez seja o melhor disco lançado pela banda desde Purpendicular (o primeiro com o guitarrista Steve Morse). As faixas casam perfeitamente com o atual alcance vocal de Ian Gillan e podemos perceber que a banda está mais afinada do que nunca. Destaque para o tecladista Don Airey que conseguiu imprimir seu estilo após sofrer com as costumeiras comparações com o saudoso e fantástico Jon Lord. Portanto, esqueça a sonoridade do passado e dê uma chance a esse novo Purple, pois ele é bem legal!
Depois de dois lançamentos consistentes, agora vamos para os outros dois que, confesso, me frustraram um pouco. Já faz algum tempo que o Bon Jovi deixou de ser uma banda de Hard Rock, mas sempre rola aquela esperança de pegar um novo álbum deles e encontrar algum resquício daquilo que fizeram no passado, mas certamente o recém-lançado “What About Now” enterra de vez esse sonho.
Totalmente pop, o disco não é de todo ruim, afinal a guitarra de Richie Sambora sempre aparece bem e Jon Bon Jovi canta muito, mas algumas músicas são bem fraquinhas. Destaque positivo para o primeiro single “Because We Can”, para a faixa título e, principalmente, para a última faixa da versão deluxe “Every Road Leads Home to You”, que na verdade é uma faixa do disco solo de Richie Sambora, o que convenhamos não é um bom sinal.
Guardadas as devidas proporções, assim como o Bon Jovi, o Megadeth também deu uma aliviada no seu som de uns tempos para cá, deixando de flertar com o Thrash Metal de outrora, infelizmente. A banda de Dave Mustaine acabou de soltar no mercado “Super Collider” que apesar de seguir os passos do antecessor “Thirteen” acaba soando mais experimental (tem até banjo!), lembrando até o criticado “Risk”. O álbum até que começa bem com “Kingmaker” e consegue empolgar com faixas como “Burn!” e “Built for War”, mas fica aquele gostinho de que podia ser melhor, ou pelo menos um pouquinho mais nervoso. Saudades dos velhos tempos de “Peace Sells…”, “So Far, So Good…” e “Rust in Peace”.
A verdade é que os tempos são outros, as bandas mudaram muito e parece cada mais impossível vermos alguns de nossos ídolos repetirem as fórmulas do passado e gravarem os mesmo discos de antigamente. Culpa da evolução, como costumam dizer as bandas? Talvez. O fato é que dificilmente ouviremos novos “Paranoid”, “Machine Head”, “New Jersey” ou “Peace Sells…”…ah, santa nostalgia!