FAITH NO MORE – The Real Thing (1989)

Continuando a seção “Álbuns que marcaram uma geração”, trago agora uma das minhas bandas prediletas e que por curiosidade se apresentou junto com o Guns N’ Roses no  Rock in Rio 2, em 1991 (roubando a cena, por sinal), o Faith no More, e seu maior clássico, The Real Thing.

Lançado em 1989, The Real Thing é o primeiro disco da banda a ter Mike Patton nos vocais, acompanhando Jim Martin (guitarra), Billy Gould (baixo), Mike Bordin (bateria) e Roddy Bottum (teclados). Patton foi sem dúvida alguma o grande responsável por fazer deste álbum um enorme sucesso e de levar o FNM ao estrelato. Com razão, afinal The Real Thing é excelente e Patton além de muito carismático, é um verdadeiro showman. Quem já viu algum show deles sabe o que estou falando.

“From out of Nowhere”, umas das faixas mais famosas do grupo e primeiro single, abre o disco com tudo, mesclando pop com hard rock. Logo em seguida já temos o grande clássico do Faith No More, a mais do que perfeita e inesquecível “Epic”. Sim aquela do clipe do peixinho, como diria um amigo meu, imortalizado por uma MTV ainda no seu início (sim, a MTV já foi legal, passava clipes, inclusive). “Epic” resume bem o que é a banda, vocais beirando o rap/hip hop, guitarra, bateria e baixo pesados em plena sintonia e até um piano clássico de fundo para completar o molho. Completando a trinca de tirar o fôlego surge a alegre “Falling To Pieces”. Outra a ter um clipe extremamente bem feito e que mostra a banda fazendo o típico som californiano, classificado por muitos como funk metal (lembrando Red Hot Chilli Peppers dos bons tempos). Destaque absoluto para o baixo de Billy Gould. Outro clássico!

A quarta faixa do álbum “Surprise! You’re Dead!” é uma verdadeira porrada, uma das mais pesadas da carreira da banda (o batera Mike Bordin dá um show) e que contrasta com “Zombie Eaters” que chega logo na sequência apostando em um clima mais intimista, até soturno, mas que logo retoma o peso e a quebradeira. Nessa faixa Patton mostra todo seu talento misturando vocais agressivos, “rapeados” e suaves. A faixa título mantém o pique em seus mais de oito minutos e o refrão é sensacional. Musicalidade, agressividade, experimentalismo e talento acima da média.

Sétima faixa, “Underwater Love” mostra um Mike Patton “brincando” com sua voz, anasalada no começo e bem melódica do meio para o final. “The Morning After” tem uma introdução que lembra bastante “We Care a Lot” (única música de sucesso da banda com o vocalista original Chuck Mosely) mas talvez seja a faixa mais fraca do disco. “Woodpeck from Mars” é instrumental e mistura o peso tradicional da banda com sons indianos e progressivos. A penúltima música é uma cover honesta e muito bem feita de “War Pigs” do Black Sabbath. “Edge of the World” fecha o álbum com um pouco de calmaria. Baladaça sem guitarras, com uma pegada de jazz e com direito a estalar dos dedos.

The Real Thing é um álbum inesquecível e que tornou o Faith No More conhecido e respeitado, garantiu uma extensa turnê ao lado do Metallica, além de um prêmio Grammy e muitos discos vendidos em todo o mundo. Imperdível!

 Tracklist:

  1. From Out of Nowhere
  2. Epic
  3. Falling to Pieces
  4. Surprise! You´re Dead!
  5. Zombie Eaters
  6. The Real Thing
  7. Underwater Love
  8. The Morning After
  9. Woodpecker From Mars
  10. War Pigs (Black Sabbath cover)
  11. Edge of the World

Epic – YouTube

Um comentário em “FAITH NO MORE – The Real Thing (1989)”

  1. Esse disco foi bem marcante mesmo, mas a música que mais gosto deles é “Evidence”. Fantástico mergulho no Black/Funk das antigas…

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