THE KENNY WAYNE SHEPHERD BAND – How I Go (2011)

O guitarrista Kenny Wayne Shepherd sempre foi um prodígio do Blues Rock, baseando seu som em craques como Eric Clapton, Stevie Ray Vaughn e BB King. Além disso, teve a grande competência de descobrir um vocalista magnífico, Noah Hunt. Essa dupla já nos brindou com ótimos álbuns e acaba de soltar um dos melhores da carreira da The Kenny Wayne Shepherd Band.

“How I Go” tem tudo o que os fãs já estão acostumados e muito mais. Solos inspirados, belas melodias e vocais mais do que perfeitos. Como canta esse tal de Noah Hunt! Para mim, o melhor vocalista do Blues Rock mundial com sobras. Tudo no disco flui de forma muito bem dosada.

Temos aqueles típicos blues rocks com pitadas de southern como na faixa de abertura e primeiro single “Never Lookin’ Back” e em “Come On Over” que tem tudo para tocar nas rádios americanas por muito tempo, até porque para tocar aqui no nosso país é algo impossível, infelizmente. Maldito jabá! Covers muito bem executadas para Yer Blues (Beatles), Back Water Blues (Bessie Smith) e da manjada , mas sempre bem-vinda “Oh, Pretty Woman”, e excelentes baladas como “Show Me The Way Back Home”, “Heat of the Sun” e “Who’s Gonna Catch You Now”.

Destaque também para a brilhante “Anywhere The Wind Blows” cuja construção é perfeita (melodia, solos, refrão) e que nos remete aos primeiros discos da banda; a pesada “The Wire” e o provável hit, “Cold”. A versão deluxe do álbum traz ainda as ótimas “Butterfly”, “Cryin’ Shame” e “Baby the Rain Must Fall”.

Vale lembrar que além de Shepherd e Hunt a banda ainda conta com dois grandes ícones do hard/blues rock, o experiente baterista Chris Layton (Double Trouble) que já tocou com Stevie Ray Vaughn e com o Arc Angels; e o virtuoso baixista Tony Franklin, ex-Blue Murder, Whitesnake e tantos outros.

Enfim, “How I Go” possui uma musicalidade única, grande linearidade entre as faixas e muito, mas muito bom gosto. Vá atrás e curta esse ótimo lançamento.

Tracklist:

1. Never Lookin’ Back
2. Come On Over
3. Yer Blues (The Beatles Cover)
4. Show Me The Way Back Home
5. Cold
6. Oh, Pretty Woman (Albert King Cover)
7. Anywhere The Wind Blows
8. Dark Side Of Love
9. Heat Of The Sun
10. The Wire
11. Who’s Gonna Catch You Now
12. Back Water Blues (Bessie Smith Cover)
13. Strut

14. Butterfly
15. Cryin’ Shame
16. Baby The Rain Must Fall

 

WARRANT – Cherry Pie (1990)

Podem dizer que é farofa, poser, que os caras usam laquê, mas o que importa é que Cherry Pie é um baita disco de hard rock, repleto de clássicos, e o Warrant apesar de ter sido bastante subestimado não deve nada a qualquer outra banda do hard americano. Sempre gostei muito deles e o recém-falecido vocalista e compositor principal do grupo, Jani Lane, cantava muito.

Lançado em 1990, Cherry Pie foi responsável por tornar o Warrant conhecido no mundo todo. O álbum é bastante inspirado, cheio de boas músicas, verdadeiros hits, especialmente as baladas que povoaram a MTV por muito tempo.

A faixa título, que abre o disco é sensacional. Típica música grudenta, repleta de coros, boas guitarras e com aquele astral perfeito de um bom “hard festeiro”. Ajudada por um clipe mais do que divertido, a faixa era cantada em uníssono por todas as platéias e é o grande clássico da banda. Logo na sequência estão os outros três singles do álbum. “Uncle Tom’s Cabin” é pesadona e possui um “quezinho” de southern rock; e as maravilhosas baladas “I Saw Red” (uma das melhores baladas da história do hard rock) e “Bed of Roses”, com melodias e vocais prá lá de caprichados. Fáceis de emocionar, principalmente a primeira que consegue ser melancólica e tocante ao extremo.

“Sure Feels Good To Me” e “Love In Stereo” são bastante parecidas e retomam o rock ‘n’ roll “festeiro” e sacana típico do Warrant, enquanto “Blind Faith” comprova a habilidade da banda em criar belas baladas. Destaque mais do que especial para os vocais de Lane

Oitava faixa, “Song and Dance Man” começa com uma caprichada introdução de violão e combina momentos bastante calmos com partes mais agitadas. “You´re the Only Hell Your Mama Ever Raised” é talvez a canção menos empolgante do disco e antecede uma das minhas prediletas, “Mr Rainmaker” que aposta alto nos solos de guitarra e no ótimo refrão.  “Train Train” é um cover muito bem executado da banda de southern rock Blackfoot e que praticamente fecha o álbum. Praticamente, porque ainda tem uma compilação de palavrões e xingamentos (“Ode to Tipper Gore”) que serve como “homenagem” à esposa do ex-vice-presidente americano Al Gore, que era responsável por um órgão pró-censura que adorava pegar no pé dos músicos americanos.   

Cherry Pie está sem dúvida entre os melhores discos do hard rock americano de todos os tempos. Não canso de ouvi-lo, e recomendo pra quem curte esse estilo musical. Ta aí a homenagem do Release Musical ao já saudoso vocalista Jani Lane, que nos deixou muito cedo, aos 47 anos de idade.

Track List:

1.Cherry Pie
2.Uncle Tom’s Cabin
3.I Saw Red
4.Bed of Roses
5.Sure Feels Good to Me
6.Love in Stereo
7.Blind Faith
8.Song and Dance Man
9.You’re the Only Hell Your Mama Ever Raised
10.Mr. Rainmaker
11.Train, Train
12.Ode to Tipper Gore

TEDESCHI TRUCKS BAND – Revelator (2011)

Todo mundo que gosta de música de qualidade deveria ouvir este CD. O que não falta em Revelator é bom gosto e muita, muita inspiração. O segredo para isso é a união entre o guitarrista Derek Trucks (da excelente Derek Trucks Band, e do super cultuado Allman Brothers Band) e a esposa, a ótima cantora Susan Tedeschi.

Contando com o apoio de uma banda supertalentosa composta por nove integrantes, dentre eles, músicos e backing vocals, Trucks e Tedeschi produziram um grande álbum. As doze faixas deste debut escancaram as principais influências da dupla, ou seja, muito blues, soul, rock sessentista e algumas pitadas de southern rock, gospel e até notas de música indiana (que Derek Trucks vira e mexe apresenta em seus trabalhos).

Difícil não ficar cativado pelo belo timbre vocal de Susan Tedeschi. Sua voz é forte, potente e doce ao mesmo tempo, e é impressionante como combina com a guitarra de Trucks, que mais uma vez capricha nos slides e sola com absurda precisão. Maior exemplo disso está na segunda canção do disco, a fantástica “Don’t Let Me Slide”, um blues de primeiríssima qualidade.

Baladas como “Midnight in Harlem” e “Until You Remember” dão um clima intimista, perfeito para aqueles momentos em que tudo o que você quer é relaxar ouvindo boa música. E faixas como “Ball and Chain”, “Learn How to Live” e “Love Has Something Else to Say” (onde Derek Trucks comprova seu talento vocal) mostram o que uma banda poderosa e muito bem conduzida pode fazer, seja no blues, ou no rock ‘n’ roll.

O mais legal desse disco é que todas as faixas são boas, fica difícil dizer que você gostou mais dessa ou da outra, ou que achou que uma era mais fraquinha que a anterior. Isso demonstra a linearidade e a perfeição de uma obra, na acepção da palavra.

Revelator estreou na décima segunda posição da parada Billboard 200 e é definitivamente  um álbum muito gostoso de ouvir. Trucks e Tedeschi capricharam. Apesar de ser meio piegas, podemos dizer que esse é mais um exemplo de um casamento de sucesso, tanto na vida como na arte. Ouçam, que vale à pena…
Track List:

1. Come see about me
2. Don’t let me slide
3. Midnight in Harlem
4. Bound for glory
5. Simples Things
6. Until you remember
7. Ball and chain
8. These walls
9. Learn how to love
10. Shrimp and grits
11. Love has something else to say
12. Shelter

 

LYNYRD SKYNYRD – Live From Freedom Hall (2010)

É sempre um grande prazer ouvir os cd’s ao vivo do Lynyrd Skynyrd – maior banda de southern rock da história – e olha que são muitos. Quase todo final de turnê eles soltam um novo, mas este é especial, afinal, “Live from Freedom Hall” não deixa de ser uma homenagem aos ex-membros Billy Powell e Ean Evans, que faleceram dois anos após este show gravado em Louisville (Kentucky), em 2007, para cerca de 20 mil sortudos.

 A propósito, estou pra ver banda mais azarada que o Skynyrd, vários músicos banda já morreram desde sua formação em 1970, inclusive seu líder e mentor, o ex-vocalista Ronnie Van Zant, e mesmo assim, a banda mantém uma qualidade assustadora, com o pique lá em cima e sempre fiéis aos estilo que lhe consagrou.

 Johnny Van Zant (vocal), Gary Rossington, Mark Matejka e Rickey Medlocke (guitarras), Ean Evans (baixo), Billy Powell (teclado) e Michael Cartellone (bateria), juntamente com as cantoras de apoio Carol Chase e Dale Krantz-Rossington, optaram por um set razoavelmente curto (80 minutos), porém repleto de sucessos. A performance dos músicos é perfeita, como de costume.

 O show começa com duas músicas mais recentes, “Travelin’ Man” e “Workin”, que mostram bem o talento da formação atual. Logo em seguida uma trinca de tirar o fôlego com as clássicas  “What’s Your Name”, “That Smell” e a sensacional “Simple Man”. Não tem como não se emocionar com essa música. Uma das minhas prediletas. As antigas “Down South Junkin’” e “The Needle and the Spoon” servem como um presente aos fãs mais assíduos da banda, pois não costumam figurar tão frequentemente nos setlists atuais da banda.

 A totalmente country “The Ballad of Curtis Loew” e a energética e empolgante “Gimme Back My Bullets” mantém a plateia em êxtase. Presença mais do que garantida em todos os concertos da banda, a ótima balada “Tueday’s Gone” retoma a emoção pura. Só consigo imaginar as luzes dos isqueiros (opa! Celulares…) e muita gente prestes a derramar algumas lágrimas. Atuação impecável de toda a banda. A nova “Red White and Blue” apela para o patriotismo sem deixar de lado a bela melodia. Outra obrigatória, “Gimme Three Steps” com seu ritmo festeiro põe todo mundo para dançar – sim o southern rock também é para dançar.  “Call Me The Breeze” é uma perfeita continuação para “Gimme Three Steps” e só não empolga quem estiver de muito mal humor.

 E como o melhor sempre fica para o final, surgem os dois maiores clássicos do Lynyrd Skynyrd. “Sweet Home Alabama” é a perfeita explicação para quem não sabe o que é southern rock. Todo mundo conhece e sabe cantar esse hino. E para encerrar esse grande show a favorita de quase todos os fãs, a belíssima “Free Bird”. Este épico de mais de onze minutos acaba derrubando definitivamente as lágrimas daqueles que conseguiram se segurar até aquele momento, e sempre serve como homenagem ao saudoso e inesquecível Ronnie Van Zant. Maravilhoso!

 A qualidade de “Live From Freedom Hall” é espantosa. Excelente repertório (claro que sempre fica faltando uma ou outra música, mas isso é mais do que normal) e ótima atuação da banda. Imperdível. Ah, como eu gostaria de ver esses caras por aqui! Sonhar não custa nada…

 Tracklist:
1. Travelin’ Man
2. Workin’
3. What’s Your Name
4. That Smell
5. Simple Man
6. Down South Jukin’
7. The Needle And The Spoon
8. The Ballad Of Curtis Loew
9. Gimme Back My Bullets
10. Tuesday’s Gone
11. Red White And Blue
12. Gimme Three Steps
13. Call Me The Breeze
14. Sweet Home Alabama
15. Free Bird

BLACK COUNTRY COMMUNION

Esta é uma resenha um tanto quanto diferente, pois ao invés de falar sobre um cd específico eu apresentarei uma banda, ou melhor, uma superbanda, que em pouco menos de um ano já nos presenteou com dois álbuns imperdíveis.

O Black Country Communion é formado por Glenn Hughes, baixo e vocal (ex-Trapeze, Deep Purple e Black Sabbath); Joe Bonamassa, guitarra e vocais; Derek Sherinian, teclados (ex-Dream Theater e Billy Idol) e Jason Bonham, bateria (filho do ex-baterista do Led Zeppelin, John Bonham). Resumindo, só feras!

E o som dos caras é sensacional e é calcado no Hard Rock e no Blues Rock. O primeiro cd intitulado “Black Country” foi lançado em Setembro do ano passado e mostra um rock ‘n’ roll coeso, pesado e de um bom gosto invejável, muito superior ao que as bandas mais jovens andam fazendo. A performance de todos os músicos é empolgante: vocais caprichados (como de costume em se tratando de Glenn Hughes e porque não de Joe Bonamassa), riffs de guitarra certeiros, teclados sem afetações e uma perfeita combinação entre baixo e bateria. As vigorosas canções do debut são quase todas reflexo da parceria entre Hughes e Bonamassa.

Destaques para o primeiro single “One Last Soul”, uma bela música que conta com um ótimo solo de Bonamassa que mostra estar em constante evolução; “Down Again” (blues rock de primeira qualidade); “Sons of Yesterday”, uma das minhas prediletas e que conta com vocais de Bonamassa e combina com perfeição passagens mais suaves com o vigor do rock ‘n’ roll; “Medusa”, regravação de um clássico do Trapeze; e as arrasa-quarteirões “Stand (At The Burning Tree)”, onde Hughes realmente detona e “Sista Jane”, que além de mostrar o contraste entre os vocais de Hughes e Bonamassa conta com um refrão forte e grudento.    

Aproveitando o sucesso do primeiro álbum e a interminável (graças aos deuses do rock) inspiração e química entre os músicos a banda tratou logo de liberar seu segundo cd. Lançado há algumas semanas, “2” (tá certo, a criatividade sem fim das canções não foi a mesma para os títulos dos álbuns) é aquele mais do mesmo positivo, em que a gente aceita feliz e agradece. Não apresenta grandes diferenças do debut (apesar de eu gostar ainda mais desse novo álbum), o que nesse caso é muito bom. Talvez a única diferença seja um melhor aproveitamento dos teclados de Sherinian que deixam de ser pano de fundo para conduzir a melodia e o andamento de algumas faixas.

Difícil escolher as músicas que mais se destacam, afinal “2” é bastante linear. “The Outsider” é um excelente “abre-alas”; “Man In The Middle” (primeiro single) é poderosa e resume bem a competência coletiva da banda;  “The Battle of Hadrian’s Wall” e “No Ordinary Son” mostram que o guitarrista Joe Bonamassa também canta muito. “Save Me” é demais! Melhor faixa do cd e lembra bastante o bom e saudoso Led Zeppelin (os fãs do Zep vão chorar nessa canção). “Faithless” é uma semi-balada que é a cara de Glenn Hughes e “Crossfire” tem cara de Jam Session, onde todos mostram seu talento mais do que apurado. “Cold” fecha o cd da melhor maneira possível, deixando aquele gostinho de quero mais.

Resumindo, se você não conhece essa banda corra atrás porque é maravilhosa. Rock ‘n’ roll de verdade, muito bem tocado e  extremamente prazeroso de ouvir. Não perca. Fica a dica!

FAITH NO MORE – The Real Thing (1989)

Continuando a seção “Álbuns que marcaram uma geração”, trago agora uma das minhas bandas prediletas e que por curiosidade se apresentou junto com o Guns N’ Roses no  Rock in Rio 2, em 1991 (roubando a cena, por sinal), o Faith no More, e seu maior clássico, The Real Thing.

Lançado em 1989, The Real Thing é o primeiro disco da banda a ter Mike Patton nos vocais, acompanhando Jim Martin (guitarra), Billy Gould (baixo), Mike Bordin (bateria) e Roddy Bottum (teclados). Patton foi sem dúvida alguma o grande responsável por fazer deste álbum um enorme sucesso e de levar o FNM ao estrelato. Com razão, afinal The Real Thing é excelente e Patton além de muito carismático, é um verdadeiro showman. Quem já viu algum show deles sabe o que estou falando.

“From out of Nowhere”, umas das faixas mais famosas do grupo e primeiro single, abre o disco com tudo, mesclando pop com hard rock. Logo em seguida já temos o grande clássico do Faith No More, a mais do que perfeita e inesquecível “Epic”. Sim aquela do clipe do peixinho, como diria um amigo meu, imortalizado por uma MTV ainda no seu início (sim, a MTV já foi legal, passava clipes, inclusive). “Epic” resume bem o que é a banda, vocais beirando o rap/hip hop, guitarra, bateria e baixo pesados em plena sintonia e até um piano clássico de fundo para completar o molho. Completando a trinca de tirar o fôlego surge a alegre “Falling To Pieces”. Outra a ter um clipe extremamente bem feito e que mostra a banda fazendo o típico som californiano, classificado por muitos como funk metal (lembrando Red Hot Chilli Peppers dos bons tempos). Destaque absoluto para o baixo de Billy Gould. Outro clássico!

A quarta faixa do álbum “Surprise! You’re Dead!” é uma verdadeira porrada, uma das mais pesadas da carreira da banda (o batera Mike Bordin dá um show) e que contrasta com “Zombie Eaters” que chega logo na sequência apostando em um clima mais intimista, até soturno, mas que logo retoma o peso e a quebradeira. Nessa faixa Patton mostra todo seu talento misturando vocais agressivos, “rapeados” e suaves. A faixa título mantém o pique em seus mais de oito minutos e o refrão é sensacional. Musicalidade, agressividade, experimentalismo e talento acima da média.

Sétima faixa, “Underwater Love” mostra um Mike Patton “brincando” com sua voz, anasalada no começo e bem melódica do meio para o final. “The Morning After” tem uma introdução que lembra bastante “We Care a Lot” (única música de sucesso da banda com o vocalista original Chuck Mosely) mas talvez seja a faixa mais fraca do disco. “Woodpeck from Mars” é instrumental e mistura o peso tradicional da banda com sons indianos e progressivos. A penúltima música é uma cover honesta e muito bem feita de “War Pigs” do Black Sabbath. “Edge of the World” fecha o álbum com um pouco de calmaria. Baladaça sem guitarras, com uma pegada de jazz e com direito a estalar dos dedos.

The Real Thing é um álbum inesquecível e que tornou o Faith No More conhecido e respeitado, garantiu uma extensa turnê ao lado do Metallica, além de um prêmio Grammy e muitos discos vendidos em todo o mundo. Imperdível!

 Tracklist:

  1. From Out of Nowhere
  2. Epic
  3. Falling to Pieces
  4. Surprise! You´re Dead!
  5. Zombie Eaters
  6. The Real Thing
  7. Underwater Love
  8. The Morning After
  9. Woodpecker From Mars
  10. War Pigs (Black Sabbath cover)
  11. Edge of the World

Epic – YouTube

GUNS N’ ROSES – Appetite for Destruction (1987)

Ta aí um disco que marcou toda uma geração e fez muita gente começar a gostar de rock ‘n’ roll. Difícil não ser fã de Appetite for Destruction, um dos álbuns mais populares da história da música pesada, que vendeu e, ainda vende, horrores e que catapultou o Guns ao sucesso mundial.

Axl Rose (vocal), Izzy Stradlin (guitarra), Slash (guitarra), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria) eram meros desconhecidos na cena californiana em 1987, entretanto o lançamento de um disco acima da média, somado ao patrocínio do poderoso David Geffen, dono da Geffen Records, e a aproximação da MTV com o hard rock e o heavy metal foram decisivos para a criação de um mito.

E o disco merece todo respeito e reconhecimento que teve e ainda tem. É empolgante desde a primeira faixa, o clássico “Welcome to the Jungle”, que abre os trabalhos de forma perfeita, com peso do começo ao fim. Impossível esquecer de Axl berrando a introdução “You know where you are? You´re in the jungle baby!”. Um verdadeiro hino! Segunda faixa, “It’s So Easy” é uma das minhas prediletas, hard rock de primeira e que faz parte do setlist de todos os shows solo de Slash ou com sua banda pós-Guns, o Velvet Revolver. Sem deixar a peteca cair, “Nightrain” mostra riffs sensacionais de Slash, com uma pegada quase heavy metal. Os fãs tem um carinho especial por essa faixa.

“Out Ta Get Me” é uma parceria entre Axl e o excelente guitarrista Izzy Stradlin (que tanto faz falta a banda), e “Mr. Brownstone”, outra predileta da casa, se destaca pelo refrão pegajoso. Sexta faixa, “Paradise City” é outro grande hino do rock. Canção favorita de Slash, é presença garantida em todos os shows da banda, quase sempre no bis, como ocorreu em toda a turnê dos discos Use Your Illusion e Chinese Democracy.   

Na sequência “My Michelle” mostra um flerte da banda com o punk rock e “Think About You” de autoria de Izzy é aquele tipo de canção “mais alegrinha” que alterna melodias mais leves com os agudos de Axl. A nona faixa é outro momento marcante, “Sweet Child O’ Mine”, uma semi-balada que todo mundo canta junto, seja num show ou quando a ouvimos no rádio. E quem não se lembra do vídeo clipe onde Axl eternizou sua famosa e sempre copiada dancinha. Talvez o maior sucesso da banda.

 “You’re Crazy”, “Anything Goes” e “Rocket Queen” fecham o álbum. As duas primeiras são típicos hard rocks californianos, com guitarras sujas e encorpadas e a última mostra um Guns mais pesadão e sacana (a música fala de uma ex-namorada do vocalista e alguns gemidos femininos são ouvidos ao fundo). Resumindo, um grande disco de uma banda que nunca deveria ter se separado, porém os egos gigantes sempre jogaram contra, separando Axl do resto do grupo.

Bom, deixa eu acabar essa resenha porque fiquei com vontade de escutar pela enésima vez esse clássico. Aproveite e faça o mesmo, pois não irá se arrepender. Garanto!

Tracklist:
1. “Welcome to the Jungle”
2. “It’s So Easy”
3. “Nightrain”
4. “Out Ta Get Me”
5. “Mr. Brownstone”
6. “Paradise City”
7. “My Michelle”
8. “Think About You”
9. “Sweet Child O’ Mine”
10. “You’re Crazy”
11. “Anything Goes”
12. “Rocket Queen”

Sweet Child O\’ Mine – YouTube

Sin-Atra – A Metal Tribute to Frank Sinatra

Algum dia você imaginou que artistas de Hard Rock e Heavy Metal pudessem fazer versões de Frank Sinatra? E ainda mais, que esses clássicos pudessem ficar no mínimo interessantes? Pois é, foi pensando nisso que o veterano guitarrista Bob Kulick convidou alguns amigos para lançar um tributo ao “Mr. Blue Eyes”.

Sin-Atra, reúne doze clássicos de Frank Sinatra interpretados por um time da pesada, que conta, dentre outros, com Glenn Hughes, Geoff Tate (Queensryche), Dee Snider (Twisted Sister), Eric Martin (Mr. Big) e Jani Lane (Warrant). Os cantores são acompanhados por uma banda igualmente competente composta por Bob Kulick; Billy Sheehan (baixo); Brett Chassen (bateria) e Doug Katsaros (teclados, orquestrações). Além da participação especial do guitarrista Ritchie Kotzen no solo de “That´s Life”.

Alguns poderão achar um sacrilégio (a versão de New York, New York de Devin Townsend que abre os trabalhos dói um pouco), mas os roqueiros vão gostar deste tributo. A versão de Glenn Hughes para “I’ve Got You Under My Skin” ficou muito legal, assim como “Summerwind” com Geoff Tate. Dois vocalistas fantásticos que souberam usar seus vozeirões sem afetações. Outro que mandou bem foi o vocal do Twisted Sister, Dee Snider, com sua versão pesadona de “It Was a Very Good Year”, talvez a melhor do disco, e que conta com um excelente solo de guitarra de Kulick e algumas passagens “chupadas” de Kashmir do Led Zeppelin.

Eric Martin, do Mr. Big, é outro destaque, conseguindo mostrar seu talento em uma versão bastante correta de “Lady is a Tramp”. E Joey Belladona do Anthrax reconstruiu “Strangers in the Night” de forma bastante interessante e surpreendente. Gostei. O álbum fecha com uma honesta versão de “That’s Life”, cantada pelo antigo vocalista do Warrant, Jani Lane, onde o excelente guitarrista Ritchie Kotzen mostra mais uma vez que é um dos melhores músicos da atualidade.

Como ocorre em todo tributo, algumas faixas se destacam mais do que outras e algumas versões acabam ficando meio estranhas se ficarmos pensando na original, portanto, esqueça a original e aprecie esse trabalho que surpreende em alguns momentos. Vale à pena dar uma escutada, sem preconceitos! Agora se você é muito, muito fã de Frank é melhor não correr riscos…

Tracklist Completo:
01. New York, New York (Devin Townsend, ex-Steve Vai)
02. I’ve Got You Under My Skin (Glenn Hughes, Ex- Black Sabbath, Deep Purple, etc.)
03. Summerwind (Geoff Tate, Queensryche)
04. It Was A Very Good Year (Dee Snider, Twisted Sister)
05. Witchcraft (Tim “Ripper” Owens, ex-Judas Priest)
06. Fly Me To The Moon (Robin Zander, Cheap Trick)
07. Lady Is A Tramp (Eric Martin, Mr. Big)
08. I’ve Got The World On A String (Doug Pinnick, King’s X)
09. Love And Marriage (Elias Soriano, Nonpoint)
10. Strangers In The Night (Joey Belladonna, Anthrax)
11. High Hopes (Franky Perez, Scars on Broadway)
12. That’s Life (Jani Lane, ex-Warrant)

QUEENSRYCHE – Empire

Voltemos ao ano de 1990. A MTV ainda era legal, passava muitos clipes, inclusive de Heavy Metal e Hard Rock. Um deles chamava a atenção, pois trazia uma banda de metal tocando uma “baladaça”, que ficou bastante popular, graças a Deus. A banda era o Queensryche, e a música “Silent Lucidity”, do incrível álbum Empire, objeto desta resenha.

Os americanos do Queensryche precisavam caprichar no sucessor de Operation Mindcrime, uma verdadeira obra-prima, considerado por muitos o melhor disco conceitual da história do metal internacional, e apesar desta pressão, a banda conseguiu se superar gravando seu álbum de maior sucesso comercial até hoje, Empire, o que foi essencial para que a banda se tornasse conhecida mundialmente.  

Riffs pesados, arranjos progressivos e experimentais, melodias grudentas, vocais mais do que precisos e até algumas pitadas pop. Essas mistura única permeia por todo o álbum e alguns clássicos do rock/metal estão presentes em Empire. Dentre eles está a excelente faixa de abertura “Best I Can” que destila energia e bom gosto. “The Thin Line” mantém o nível lá em cima, com destaque para as quebras de ritmo e o vocal preciso de Geoff Tate.  Logo em seguida temos outro clássico, “Jet City Woman”. O refrão desta música é sensacional e gruda logo na primeira audição. “Della Brown’ mostra alguns traços pop e um certo experimentalismo ao longo de seus mais de 7 minutos.

“Another Rainy Night (Without You) é puro hard rock, e Tate mais uma vez é o destaque. A faixa título, primeiro single, e um dos grandes sucessos da banda é perfeita. Peso, melodias, vocais bem colocados e solos inspirados. Destaque para o batera Scott Rockenfield, um dos melhores do heavy rock mundial, e para o guitarrista Chris de Garmo que mostra toda sua competência. “Resistance” foi a faixa utilizada pela banda para a abertura dos shows da turnê de Empire, e ela poderia facilmente estar presente nos primeiros discos da banda. A oitava faixa do disco é o maior sucesso da banda, a linda balada “Silent Lucidity”. Responsável por divulgar o Queensryche no mundo todo e por “rechear” os cofres dos integrantes do grupo, a música é uma unanimidade, um verdadeiro clássico atemporal.

“Hand on Heart” flerta com o AOR (Adult Oriented Rock) de bandas como Journey, Survivor e Foreigner especialmente em seu refrão e “One and Only” retoma o lado progressivo e mais pop da banda. “Anybody Listening?” fecha o álbum com chave de ouro. É uma balada mais romântica, digamos assim, mas com um bom gosto fenomenal, não faltando momentos pesados. Outro grande clássico.

“Empire” é um belo álbum que catapultou a banda ao sucesso, fazendo com que a banda recebesse uma indicação ao Grammy Awards, e conquistasse a primeira posição na parada Mainstream Rock Tracks, e a nona posição na parada Billboard Hot 100, além disso, o disco recebeu platina tripla (ou sela, vendeu muito!). Confira, pois vale à pena.

Tracklist:

1 Best I Can 5:35
2 The Thin Line 5:42
3 Jet City Woman 5:21
4 Della Brown 7:04
5 Another Rainy Night (Without You) 4:29
6 Empire 5:24
7 Resistance 4:50
8 Silent Lucidity 5:47
9 Hand on Heart 5:33
10 One and Only 5:54
11 Anybody Listening? 7:41

Silent Lucidity – YouTube

IMPÉRIA – Em Dias Assim

Atualmente o mercado do rock nacional passa por grande crise de identidade e principalmente de qualidade. Porém, de vez em quando aparece alguém que salva a pátria e faz com que voltemos a ter esperanças na música brasileira. Esse é o caso da banda Impéria.

Formada em 1996, a banda paulistana que conta com os irmãos Felippe (guitarra) e Flavius Deliberalli (bateria), o primo Marcio Deliberalli (vocal) e Ricardo Ueno (baixo) acabou de lançar seu primeiro CD “Em Dias Assim”, produzido pelo guitarrista do Barão Vermelho, Fernando Magalhães.

Através de suas dez faixas, a banda Impéria apresenta um rock ‘n’ roll muito bem trabalhado, flertando com o Hard Rock e até Heavy Metal, graças principalmente aos inspirados e pesados riffs de guitarra e às levadas diretas e encorpadas que são muito bem distribuídas em faixas como “Guerra Sem Sentido”, “Em Dias Assim”, “Alta Voltagem” e “Trilhas Abertas”. Além disso, a banda consegue dosar peso e melodia na medida certa, como podemos comprovar em “O Povo do Caos” e “Dias de Paz”, esta última que conta com a participação de Magalhães na guitarra.

Outro diferencial da banda está nas letras. Diferentemente de 90% do que ocorre no cenário nacional, e fugindo das mesmices, a Impéria investe em letras inteligentes e atuais, que se preocupam em dizer alguma coisa e não apenas vociferar palavras sem sentido. Ponto mais do que positivo para a banda.

Se quiser ter um bom exemplo do que o grupo é capaz de fazer vá até a faixa nove “Eu Sou o Que Eu Sou” e comprove a qualidade da banda. Um dos destaques do álbum (minha predileta), a faixa permite que todos os músicos mostrem sua competência, desde o comecinho com um belo solo de baixo que logo se emenda a uma passagem furiosa de bateria, vocais caprichados e guitarras sempre muito bem utilizadas durante toda a canção.  Isso tudo sem contar o belíssimo refrão.

Aproveitando um pouco a capa do CD, podemos afirmar que sim, ainda existe uma luz no final do túnel para o rock nacional e essa estreia da banda Impéria comprova isso. Ficamos aqui na torcida para que a banda consiga cada vez mais espaço no combalido cenário nacional para mostrar seu talento e, esperamos ansiosamente por outros trabalhos de qualidade como este “Em Dias Assim”.

Faixas:

  1. K-Otica (introdução)
  2. Guerra Sem Sentido
  3. Em Dias Assim
  4. O Povo do Caos
  5. Alta Voltagem
  6. Dias de Paz
  7. Nova Terra (instrumental)
  8. Trilhas Abertas
  9. Eu Sou o Que Eu Sou
  10. Eu Sou o Que Eu Sou – Sole Novum